domingo, 8 de novembro de 2009

Por Causa do Sumiço


Suposto, sei que desapareci. Sei que é difícil ser o suposto leitor de quem não escreve. Mas aqui vai a explicação pra essa longa ausência e uma ótima oportunidade para continuar sendo meu suposto leitor e também do Altair Martins, Cardoso, Gonçalo M. Tavares, João Pedro Mésseder, Luandino Vieira, Luis Fernando Verissmo, Luis Filipe Cristóvão, Manoel de Barros, Marcelino Freire, Maria Valéria Rezende, Nelson Saúte, Olinda Beja, Ondjaki, Pepetela, Patrícia Portela, Patrícia Reis, Rogério Manjate, Rita Taborda Duarte e Xico Sá. É o DESACORDO ORTOGRÁFICO, antologia que eu organizei e que reúne essa turma toda aí.

E o seguinte: o DESACORDO ORTOGRÁFICO SERÁ LANÇADO NA SEXTA, 13 DE NOVEMBRO, ÀS 19h. Vai ser no Complexo Master (praça Garibaldi 46, aqui em PoA). E eu vou estar por lá, o Altair Martins também, o Cardoso e o Ondjaki idem. E tu, Suposto? Aparece lá, meu amigo.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Por Causa do Desacordo

Tchê, Suposto, presta atenção aqui no que eu vou te contar: organizando junto com a Não Editora uma antologia de textos que valorizam a diferença na língua portuguesa. É o Desacordo Orotográfico. Deu pra entender o que é? Entra aqui no www.desacordo-ortografico.blogspot.com e entende direitinho do que que falando.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Por Causa dos Oitenta

Faz tempo que se ouve essa história de os anos oitenta voltaram com tudo, ? É na moda – se é que tinha moda nos 80 – é na música, com todas bandas daquela época em constante turnê de retorno, é nas festas em homenagem aos hits da década que não quer passar. Chega a ser engraçado porque vejo umas pessoas que nasceram da metade pro fim daqueles anos loucos de Copa União e Sessão da Tarde e vejo que só criaram consciência do mundo nos anos 90 ,idolatrando os 80.

Sei lá, eu fui criança naquela época e não amo, nem desamo. Mas tiro conclusões. Uma é que agora sim dá pra dizer que os anos oitenta voltaram mesmo, mas voltaram com tudo. E digo isso porque esse fenômeno agora se popularizou, deixou as elites e virou coisa das camadas menos favorecidas.

De onde eu tiro essa sociologia de buteco?

Tem gente na favela vestindo roupas florescentes?

Tá tocando New Order em vez de pancadão no morrro?

Não, Suposto.

São os assaltos a banco. Que nem o Ferris Buller, eles voltaram com tudo. Todo dia tem uma manchete aqui no estado de uma quadrilha que assaltou banco em Herval Seco, Monte Belo do Sul, Porto Alegre, Boqueirão do Leão e outras tantas cidades do RS, só pra listar as notícias de setembro. Assalto a banco voltou a ser o crime do momento. E quer coisa mais anos oitenta do assalto a banco? Não tem.

Pelo menos a minha memória criminal é assim:
Anos 80: assalto a banco.
Anos 90: seqüestro
Final dos 90, começo dos 2000: tráfico de drogas
Final dos anos 2000: seqüestro relâmpago/golpe do seqüestro relâmpago.
(tem também o arrastão, mas foi uma coisa de um ano, localizada mais no rio, acho que não é um fenômeno de uma década).

Os grandes fugitivos do Presídio Central do começo dos anos 90 eram os assaltantes de banco dos 80 como o Melara, lembra? Caras que tinham botado o terror assaltando Bamerindus, Caixa Econômica Estadual e o Meridional, enquanto eu jogava Atari e tomava Quick de morango.

E aí as agências se modernizaram, detector de metal e o escambau, e os crimes foram mudando, evoluindo, chegam a dizer (e eu acho engraçado falar sobre evolução num assunto desses), mas as coisas foram evoluindo pra crimes mais seguros pros bandidos. Só que agora o assalto a banco voltou, apesar dos riscos de trocas de tiros, de perseguições, etecéteras.

Sem achar explicações, começo a aceitar de fato que os anos 80 voltaram com tudo mesmo. E fico imaginando que seria legal se os anos 30 voltassem com tudo, ? Imagino que os crimes daquela época fossem bem mais leves. Fica aí o pedido pros estilistas e criadores de moda: vamos valorizar os anos 30.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Por Causa do Amílcar Bettega Barbosa

Opa, mas é por causa dum motivo espeacialíssimo que volto aqui: tenho um convita pra fazer pro Suposto. Seguinte, meu caro:

Sábado, dia 29 de agosto, às 18h30 tenho um bate-papo com um dos meus escritores favoritos, o Amílcar Bettega Barbosa.

É o evento Palavra: Alegria da Influência, organizado pelo Fernando, do jornal Vaia. Vai ser lá na Palavraria (Vasco da Gama, 165 ) e, Suposto, tu tá mais do que convidado. Aparece lá.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Por Causa do Pombo

E não é que vejo a seguinte notícia: BM flagra bateria e carregador de celular com pombo-correio próximo ao Presídio Central. Claro, claro que a notícia é surpreendente, dá margem praqueles comentários com o taxista de que esses bandidos são muito criativos mesmo, onde é que vai parar o mundo, que esses caras são ligeiros demais, , Suposto?

Mas sabe o que é mesmo que me surpreende?

— Conseguimos ver que a pomba se dirigia ao Presídio Central.

Isso aqui de cima é o que me surpreende, Suposto. A declaração do major citado na matéria. Conseguiram ver que o pombo ia em direção ao presídio, é? , mas fiquei pensando Quantos pombos será que vão em direção ao presídio todos os dias?

Por que é que observavam justamente o pombo da matéria?

Ele vinha voando em atitude suspeita, sorrateiro e, mas como é um vôo sorrateiro? Ou será que o pombo estava com uma meia-calça na cabeça? Ah, o Suposto vai me dizer Não, claro que não estava, tu viu a foto do bicho na matéria, e eu vou ter que explicar, Suposto, isso é só uma brincadeira, uma piada, pra ajudar supostos leitores como tu a acompanharem meu raciocínio.

Mas como eu ia dizendo: como e por que conseguiram ver que a pomba se dirigia ao Presídio Central? É caso raro uma ave dessas fazer esse percurso? Porque se não é, e se esse pombo não era um pombo meliante que vinha sendo observado há meses pelos serviços de inteligência, vou ter que chegar à conclusão de que o pessoal da polícia anda de olho nos pombos. Ou olhando o céu, as nuvens e aí, como é que é, major?

— Conseguimos ver que a pomba se dirigia ao Presídio Central.

Sim, eles conseguiram parar de discutir se a nuvem parecia um cacetete ou uma Uzi e repararam no pombo fazendo a rota proibida. Maravilha.

Olha, enquanto os tiras observam nuvens e pombos fico, torcendo pra que passe uma estrela cadente. Quem sabe assim eles olham pra terra, que é onde tem pombo, mas também um monte de gatunos – que deveriam estar indo pro Presídio Central também.

E se quiser ler essa matéria, clica aqui.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Por Causa dos Compromissos

Opa.
Voltei, Suposto.
Pra avisar, convidar pruma série de eventos da qual vou participar a partir de hoje. Anotaí, e, se der pra aparece n'algum, seja bem-vindo:

Hoje, segunda, 29 de junho:
Daquiumpouquinho, às 19h, a convite do professor e poeta Marlon Almeida vou participar de um bate-papo com alunos do EJA do colégio Aplicação da UFRGS aqui de Porto Alegre.

Amanhã, terça, 30 de junho:
Às 17h participo da Feira do Livro de Canoas, junto com o Nélson Saffi. Programação aberta pra quem quiser chegar. Eu e o Nélson vamos batepapear e ele vai fazer algumas leituras de contos meus, que não são leituras, são interpretações.

Quinta, 2 de julho:
Das 14 às 16h30 minutos, serei o Escritor convidado do Escritor na Praça, evento da Off Flip, lá em Parati. É uma sessão de autógrafos a céu aberto que vai rolar durante o período da Flip, no meio da praça.

Na mesma Quinta, 2 de julho:
Aí, às 19h50, segundo o folder, eu e o Rodrigo Rosp faremos leituras de contos do Azar do Personagem e da Virgem Que não Conhecia Picasso num evento chamado Conversa de Botquim, também parte da programção da Off Flip. Essa função vai rolar no Dinho's Bar.

Na outra sexta, 10 de julho:
Às 19h. Tem sarau em homenagem a Rilke no Instituto Goethe aqui de Porto Alegre. E eu não vou ler Rilke, mas fui convidado para apresentar este vídeo aqui. Então, lerei um vídeo.

Por hora, por dia e por semana, Suposto Leitor, é isso aí.
Aparece.

sábado, 27 de junho de 2009

Por Causa dos Spam

Rapaz, e não é que eu fui censurado?
Sério.
Segunda ou terça passada, recebi um e-mail do Google me avisando que este blogue aqui estava bloqueado ou coisa parecida porque era um blogue de spam.

Quê?

Blog de spam?

A primeira coisa que eu pensei em fazer foi mandar um e-mail de volta com o link disso aqui que eu escrevi no ano passado. Mas daí pensei Se eu quietinho aqui no meu canto já sou acusado de spameiro, imagina mandando link pros caras. Daí danou. Sou banido da Internet.

Respirei fundo e fui ler com mais calma o e-mail do Google (acho engraçado receber e-mail do Google). Mas fui ler até pra entender que coisa é essa de blogue de spam. Eu, na minha ignorância, achava que spam = e-mail. Mas não. Eis o que informavam meus interpeladores:

O que são blogs de spam?
Assim como muitas ferramentas eficientes, os serviços de blog também podem ser bem utilizados ou utilizados de forma abusiva. A facilidade de se criar e atualizar páginas da web com o Blogger o tornou particularmente suscetível a um tipo de atividade conhecida como
spam de links. Blogs que adotam esse comportamento são chamados de blogs de spam e suas características incluem conteúdo irrelevante, repetitivo ou sem sentido, além de um grande número de links que costumam levar a um mesmo site.
Os blogs de spam causam vários problemas, que vão além da mera perda de alguns segundos do seu tempo ao se deparar com um deles na rede. Eles podem obstruir mecanismos de pesquisa, tornando difícil encontrar conteúdo real nos assuntos de seu interesse. Eles podem se utilizar de conteúdos de outros sites da web, usando textos de outras pessoas para dar a impressão de que possuem informações úteis. Além disso, se um sistema automatizado cria postagens de spam em um volume extremamente alto, pode influenciar na velocidade e na qualidade do serviço oferecido a outros usuários, legítimos
.


Pois é, daí eu fiquei até um pouco magoado de saber que eu coloco aqui conteúdo irrelevante, repetitivo ou sem sentido. , mas vem cá, irrelevante pra quem, seu Google? O blogue não é o tal do diário virtual? Alguém já analisou a relevância do conteúdo das meninas que escrevem diários? E o Suposto vem de vez em quando aqui ler. Então já é relevante pra ele e pra mim.

Mas também dizia que eu podia ser repetitivo. Posso ser chato, mas não repetitivo. Às vezes até me penalizo por não falar mais por causa dos elefantes, que, afinal de contas é a origem disso aqui. Ou sobre o seu Cachorro do R., o primeiro e único herói que apareceu neste espaço irrelevante e repetitivo.

E, ainda por cima, também me chamaram de sem sentido. Ah, para, querem o quê? Que todos os blogues sejam relevantes e com o sentido da vida? Sugiro ao Google que procure no Google por sentido se ele quer encontrar em algum lugar. Aqui, garanto que não vai achar.

Bem, mas já que falei de falta de sentido, essa história toda ficou ainda mais sem pé nem cabeça quando li mais um pedaço da mensagem que me censurou. Ó só:

Os robôs de prevenção contra spam do Blogger detectaram que seu blog possui características de um blog de spams. (O que é um blog de spams?) Uma vez que você está lendo esta seção, seu blog provavelmente não é um blog de spams. A detecção automática de spams é inerentemente confusa. Pedimos desculpas por este falso sinal positivo.
Recebemos sua solicitação de desbloqueio em 22 de Junho de 2009. Em nome dos robôs, desculpamo-nos por bloquear seu blog, que não é de spams. Aguarde enquanto analisamos seu blog e verificamos se ele não é um blog de spams.


Tchê louco! Foram robôs confusos que me detectaram como um spam. E, mais do que isso, os caras já saíram na frente, se desculpando pelo erro, dizendo que veja bem, enganos acontecem, foi mal aí, meu velho.

Mas peraí:
Se eu tenho um site que vende extensor peniano e mando aquele e-mail pra uma listinha de 20 mil contatos, anunciando que tem produto novo e aproveitando pra avisar, olha, talvez você não esteja interessado nesse assunto, essa é uma mensagem automática, se quiser a gente não manda mais, mas como eu ia dizendo, se eu faço isso, se mando e-mail pra desconhecidos, falando coisa que eles não querem, isso é um spam, ?

E o que é que os robôs fizeram comigo? Não mandaram um e-mail me chamando de blogue de spam, dizendo que provavelmente eu não sou um blogue de spam e que isso é automático, patati, patatá?

Entonces: não tem mais alguém aí também mandando spans, hein, seu Google?

Bom, mas tamos de volta.
E se esse texto aqui não for caracterizado como spam ou vírus ou bobo, feio, chato, irrelevante e repetitivo, escreveremos de novo.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Por Causa da Verdade Consagrada

Quem já ouviu dizer que livro não vende no Brasil põe o dedo aqui (e depois limpa o monitor, que dedo na tela marca). Mas essa não é uma verdade consagrada mesmo? Pois essa verdade consagrada me botou em confusão na segunda-feira.

Acontece que era o dia em que começava a venda de ingressos pra FLIP. Mais do que isso, e aí vem a confusão, era o dia em que começava e também acabava a venda de ingressos. Talvez o Suposto Leitor, morrendo de saudade porque andei sumido, já esteja com uma pergunta: o quê? A FLIP decidiu vender os ingressos durante apenas um dia?

Não, Suposto, mas se a organização tivesse tomado essa mediada, provavelmente não perderia dinheiro. Porque os ingressos praticamente acabaram na segunda. E eu quase fico sem ingressos.

É aí que eu não entendo aquela verdade consagrada ali de cima: que no Brasil livro não vende.

Suposto, acompanha aqui meu raciocínio:
Se o site do Ingresso Rápido (será que é pela velocidade com que os tickets desaparecem?) ficou inavegável das 10 às 12h;
Se o telefone do Ingresso Rápido (com certeza não é pela velocidade no atendimento), ficou ocupado das 10 às 12h15 (quando eu fui atendido);
Se o sistema da FNAC – que era ponto de venda – deu pau no Brasil todo;
Se na FNAC de Curitiba tinha fila de 200 pessoas esperando o sistema voltar;
Se na FNAC Morumbi tinha outras 300.
E se, quando, às 12h30, mais ou menos, quando consegui comprar ingressos na FNAC, os bilhetes pra Tenda dos Autores das mesas do Lobo Antunes, do Chico Buarque e do Gay Talese já tinha se esgotado;

Pois se tudo isso, como é que livro não vende no Brasil, Suposto?

E mais números (apesar de estar falando sobre letras, estou matemático hoje): TODOS, assim, em caps lock, TODOS os ingressos do Lobo Antunes, os mais de 800 da Tenda dos Autores e os mil e poucos da Tenda do Telão, pois TODOS os ingressos do Lobo Antunes estavam vendidos até às 13h30 (quando venci a fila de 70 ligações da espera no telefone da Ingresso Bem Rápido, hein?). Ou seja, em três horas e meia, mais de 2000 ingressos pra ver o português, mesmo que por telão, tinham sido comercializados. Assim como os da mesa do Chico + Hatoum, do Gay Talese e de algumas outras mesas.

Tchê, em três horas e pouco, acho que quase 10 mil ingressos pra ver escritores tinham ido pro saco.

E às 14h30, quando resolvi, por curiosidade mórbida, ver como andavam as possibilidades de compras no site da Ingresso Rápido Que Tá Acabando, descobri que praticamente TODAS as mesas não tinha mais entradas pra Tenda dos Autores. E muitas também já tinham também o “esgotado” piscando pra Tenda do Telão. Suposto, acompanha meus números: se são 19 mesas, e são, isso quer dizer que, em quatro horas e meia, uns 15 ou 20 mil ingressos foram vendidos.

O Radiohead precisou de mais de um mês pra vender isso no Rio de Janeiro.
O Oasis não teve esse público em Porto Alegre.
O R.E.M acho que ficou foi por aí.

Dá pra entender por que é que eu me atrapalhei com aquela consagrada frase de que livro não vende no Brasil? Pô, livro não vende, mas escritor vende bem pra caramba. Que paradoxo, né? Porque a gente não tá falando aqui só de pop stars como o Chico, que talvez arraste público, porque escreve bem, mas também, porque canta bem, porque compõe bem ou porque continua muito bem por causa dos olhos azuis.

Não.

Tem escritores jovens ou escritores que eu não conhecia até aparecerem na programação da FLIP deste ano. Aliás, fui comprar o livro de alguns autores e tive que encomendar porque não tinha em estoque. E não é porque já tinham vendido tudo. É porque ninguém compra os livros dos sujeitos.

Que coisa, né?

O ingresso não dá pra comprar porque vendeu tudo.
O livro não dá pra comprar porque não vendeu nada.

Pior é que não dá nem pro Suposto Leitor me dizer Ah, mas pensa bem, pelo menos todos esses autores devem ter dois mil livros vendidos, se duas mil pessoas querer vê-los. Na-na-ni-na-não, Suposto. Eu que não leio muito, mas não leio pouco já estive em outras edições da FLIP vendo escritores de quem já tinha ouvido falar, mas não tinha lido, ou que haviam despertado minha curiosidade por causa da programação.

E aí cria-se um impasse na vida do escritor. Se o livro não vende, mas ele, o autor vende ingresso, então o negócio pra ganhar a vida como escritor é estar na FLIP, na FLIPORTO, no Festival da Mantiqueira, na Bienal e, peraí, mas aí o sujeito escreve quando? Porque escritor escreve. E eventualmente – às vezes nem eventualmente se for o Veríssimo ou o Rubem Fonseca -, mas eventualmente fala, não? Então o que faz o escritor se pra ganhar a vida ele tem que aparecer em público?

Escreve durante as palestras?

Faz um Big Writer: 16 autores, vigiados dia e noite por câmeras? Será? Em vez de um programa onde todo mundo fala bobagem, um onde todo mundo fica quieto e, talvez escrevendo bobagem?

Ou aumenta o preço dos ingressos e inclui um livro de brinde?

Ou exige que, em vez de, por exemplo identidade, o sujeito apresente uma ficha de leitura de um livro no ato da compra do ingresso?

Ou dá o golpe do baú?
Acho que, se o Suposto Leitor fosse um suposto escritor que falar na FLIP, eu diria assim: capricha na palestra pra ver se vende mais uns livros por lá e não me gasta o cachê em bobagem, que senão não vai dar pra ser escritor.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Por Causa do Ahá!

Ahá! Rapaz, nós seres humanos evoluímos, mesmo, não. Taí, pro Suposto e pra quem mais duvidava, descobri como botar a telinha do YouTube aqui no Porcausa. Agora dá pra ver aqui mesmo. Ah, e Suposto, se quiser ler minha última coluna no CineRonda e a última no Vaia, faça-me o favor de clicar nos títulos dos veículos.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Por Causa do Vídeo

Opa.
Queria botar aqui uma daquelas telinhas do YouTube que têm nos blogues por aí. É pra mostrar um vídeo que o Estudio Makako aqui de Porto Alegre fez pro meu conto Querido U,.
Mas eu não sei fazer isso e não adianta o Suposto Leitor vir me dizer que é só fuçar no blogspot que eu descubro. Não, Suposto. Eu tô com pressa. Quero avisar agora: Tem um vídeo do Querido U, no You Tube, pra ver é só clicar em cima desse imenso hiperlink.
Espero que vejam.
E que gostem.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Por Causa da Festa Literária de Porto Alegre

Como diria o paulista, então: tenho um convite pra ti, Suposto. Quarta que vem, 22 de Abril, começa a 2ª edição da Festa Literária de Porto Alegre, organizada pelo Fernando Ramos, do Vaia. E eu vou participar da abertura da festa. Anota aí:

Quarta, 22/04 às 17h30
MESA DE ABERTURA DA FESTA
Fabrício Carpinejar, Leonardo Marona e Reginaldo Pujol Filho encontram o escritor homenageado da FestiPoa, Luis Fernando Verissimo, para uma conversa sobre poesia, humor e crônica.

Quarta, 22/04 às 19h
SESSÃO DE AUTÓGRAFOS DO LIVRO O MELHOR DA FESTA
É o lançamento da antologia que reúne os participantes da primeira edição da FestiPoa como Luis Antonio de Assis Brasil, Fabrício Carpinejar, Luis Augusto Fischer, Ricardo Silvestrin e outros. E tem um conto meu nesse livro. Ou seja, autografarei também.
Custará 20 pilas.

Tudo isso vai rolar na Livraria Letras & Cia, na Osvaldo Aranha, 444.

Aparece lá.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Por Causa do Dog

Essa é daquelas que me fazem achar que eu moro na Globo. Não, não vi o Lima Duarte almoçando do meu lado, nem a Cássia Kiss pegou o ônibus comigo.

Tô falando é da última Veja Melhor de Porto Alegre, que saiu com gostinho de final de novela.

Peraí, deixa eu explicar que tá ficando tudo enrolado.

Foi assim:

Inspirado por um comercial na TV Ulbra, escrevi há meses sobre o Cachorro do R, outrora do Rosário, lembram? Quer dizer, lembra, Suposto. E elocubrei no final do texto o porquê de o cachorro do R ser do “do R” e não do Rosário, apesar de haver ainda um cachorro do Rosário. E minhas elocubrações passaram por uma trama novelística, que dizia assim:

Putz, Suposto, tu viu esse comercial? Tu já viu uma coisa dessas? Já tinha ouvido falar de advogado de porta de cadeia, mas será que foi um advogado de porta de lancheria que teve a idéia de registrar a marca e passar a perna no simpático tiozinho do bigode branco? Ou terá sido um racha na família Cachorro do Rosário? Digo assim, o herdeiro direto do seu José Cachorro do Rosário, o José Cachorro do Rosário Jr. (ou Salsichinha do Rosário pra turma da rua) naquele clichê de jovem empreendedor, cansado das manias romanticoartesanias do patriarca, teria passado a perna no velho pra modernizar a sua herança? Será? Quis expandir os negócio e porque o pai não queria, deu o golpe do registro de marca.

E pra minha surpresa – e do Suposto também – me aparece uns dias depois um simpático comentário:

Caro Reginaldo é com grande orgulho e extrema satisfação que venho através desta agradecer do fundo do meu coração o post que escreveste no teu blog sobre o Cachorro-quente do R (em frente ao colégio Rosário).
È graças a clientes fiéis e verdadeiros como você que meu lanche é vendido há mais de 40 anos no mesmo lugar sem tele-entrega nem filiais.
Não tenho palavras para expressar o quão emocionado fiquei quando li o seu comentário e senti que realmente entendeu a mensagem que quis passar a todos os que apreciam meu lanche, alguns até amigos de longa data, os que vi crescer ali junto ao longo desse 46 anos quando comecei apenas com uma humilde carrocinha, e que hoje continuam me acompanhando nesta jornada.
Agradeço pela confiança que depositasse na minha carrocinha aquela que se manteve firme e forte mesmo depois de várias mudanças de hábitos e fast-food porto-alegrense e saibas que lhe desejo sorte em sua jornada, que Deus lhe ilumine e lhe conceda sucesso assim como concedeu a mim.
Atenciosamente
Osmar Ferreira Labres


Primeiro pensei Não, o Suposto tá de galhofa comigo, tirando de Suposto Brincalhão. Mas eis que comentei o ocorrido com pessoas aqui e ali, até que começaram a surgir boatos de que É isso mesmo, cara, deve ser o dono do Cachorro do R, parece que a história dele é bem assim como tu escreveu, etecétera, etecétera e etecétera.

Camarada, fiquei estupefato (legal se dizer estupefato), mas fiquei assim mesmo com o fato de eu ter imaginado a história como ela é e, mais ainda, com a prova de que essas coisas rocamboliconovelescas acontecem sim, ali, na esquina do Colégio do Rosário. Que coisa, não? A arte e o Por Causa dos Elefantes imitando a vida?

Mas, além de estupefato, também tive uma tristezita. A trama da novela tava acontecendo sim, na vida real. Mas e o final feliz, cadê o final feliz, hein? O Seu Cachorro do R teve a marca roubada pelo filho, tinha que fazer comercial ressaltando que não tinha telentrega, mas nada daquele final redentor pro nobre personagem.

Queria falar com o Manoel Carlos, com o Aguinaldo Silva, a Gloria Perez, com quem estivesse escrevendo esse folhetim pra saber como é que o núcleo do cachorro-quente ia se dar bem nessa história.

Aí, sete meses depois, tou eu, abrindo a Veja Melhor de Porto Alegre, olhando quem ganhou o quê e com quem que eu me deparo na categoria cachorro-quente?

Ele: Cachorro-quente do R.

E veja o que diz a Veja:

A mesma carrocinha campeã em 1998, 2000, 2001, 2004, 2005 e 2006 foi escolhida pelo júri deste ano. Mas o nome de quem faz o melhor cachorro-quente de 2009 mudou de Cachorro-quente do Rosário para Cachorro-quente do R. Uma tradição desde 1962, sob o comando de Osmar Ferreira Labres, o lanche continua igual: é no mesmo lugar, saboroso como antes, com 700 unidades montadas por dia e treze empregados se desdobrando no atendimento. Localizado em frente ao Colégio Rosário, tem as enormes filas de sempre, ao meio-dia e no final da tarde. Os fregueses podem escolher o sanduíche com uma ou duas salsichas (R$ 4,50) ou com linguiça (R$ 5,70), e variados complementos: molho de tomate, ervilha, queijo ralado, pimenta, mostarda, maionese, óleo de oliva e salsa. Outra opção é a versão míni, servida no pão de 50 gramas (R$ 3,20). A mudança de nome ocorreu por uma disputa familiar: as filiais e a tele-entrega do Cachorro-quente do Rosário pertencem ao filho de Osmar. Eles não se falam mais, pois o sucessor teria registrado a marca e aberto outros estabelecimentos, a revelia. Por isso, o original, na frente do Colégio Rosário, perdeu o nome. Mas ganhou outro título.

Tcharam, sobe trilha, enxuga as lágrimas, bate palma e comemora. Chegou o final feliz, a justiça foi feita e acho que o Seu Cachorro do Rosário Jr deve estar embarcando num jatinho, fugindo para longe, pra sumir como um bom vilão, que um dia pode voltar.

Agora ando de olho pra ver se não tem nenhum amigo meu pra casar.
Que não existe final de novela sem essa cena.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Por Causa Dos Bicho Estranho

Se o seu médico disser que você provavelmente está com uma virose, leia a legenda:
Eu acredito em Deus, no inexplicável, mas não vou dar o braço a torcer, meu chapa.
É isso aí, dizem que Deus se manifesta nos detalhes, mas eu acho que ele também anda dando o seu recado na virose. Porque já reparou? Febre + dor no corpo = virose. Aquele descontrole do sifíncter + enjôo = virose. Daqui a pouco a gente chega com dor no joelho no consultório e vai ser virose. Ah, sim, o Suposto Leitor vai me dizer que não, que obviamente o joelho pode ser investigado com raio x, tomografia e outros meios para se encontrar a causa da dor, ao contrário de sintomas subjetivos como dor pelo corpo.

Mas, Suposto, é aí que eu quero chegar. Se o doutor furunçar por todo teu joelho, teu histórico médico, teu passado, teu presente e teu futuro e não achar a explicação para o problema no joelho, ele vai tascar Olha, seu Suposto, acredito que é uma virose, sabe, tem dado muito disso, viu?

Virose é o ferrolho.

É que nem criança quando fica sem razão numa discussão: xinga a mãe do amigo. Pronto, cabou-se a discussão.

Porque, me diz aí, Suposto: qual é o remédio pra virose? Aspirina? Canja? Cama? Repouso. dizendo, é o mesmo que me mandar rezar. Em vez de dizer Veja bem, essa virose dura uma semana, repouse sete dias, que estará novinho em folha, poderiam dizer Meu filho, Deus escreve certo por linhas tortas, faça um retiro de sete dias, rezando todas as manhãs, que logo ele olhará por você. Me diz, alguém aí não se curaria?

E daí eu fico pensando: e cadê a inquietação do ser humano e da ciência frente ao desconhecido? Ficam inventando celular que bate foto, manda e-mail, toca música, faz filme, anda de bicicleta sem as mãos e dá tchauzinho pra quê, hein? Horas, dias criando o Twitter, essa revolução, a troco de quê? Anos pra desenvolver o blue-ray por que motivo? Pra gente ter o que fazer, quando ficar em casa esperando a virose passar?

Não, ?

Acho humilhante pra ciência ficar se gabando de todos os avanços tecnológicos, de ter dominado o planeta, mas ter que correr pro ferrolho da virose por causa dum cocô mole. Inventamos a internet, mas não explicamos o milenar cocô mole? Será que não era de todas as cabeças brilhantes dessa planeta investigarem a cura da virose ou da gripe? Botar o cérebro pra trabalhar em uma descoberta ou invenção, mesmo sabendo que essa não tem a menor chance de o Google ou o Bill Gates quererem comprar?

Ou será que é melhor não se mexer mesmo nesses insondáveis mistérios do universo? Vai que Ele se irrita e resolve mostrar sua existência não mais em detalhes ou viroses, mas mandando um dilúvio ou tirando o Orkut do ar definitivamente. Deusulivre!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Por Causa do Ora Pois

Ô, pá, Suposto!
Rapidinho como quem rouba, só pra te contar que agora tu pode me ler n'além mar. Saiu um conto meu no site de literatura purtugueis PNETliteratura. É só clicar no nome do site pra navegar até lá e descobrir. Vai lá, gajo.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Por Causa do Bom Senso

Fui agora há pouco fazer a renovação da minha carteira de motorista e voltei de lá achando o Brasil tão Estados Unidos ou o contrário e vice-versa. É que te aplicam um questionário antes de fazer o exame médico. E no bater os olhos naquelas perguntas, tive um flashback (em inglês, em homenagem aos EUA) da vez em que estive lá na terra do Barack Obama. Eu tinha 15 anos, mas já era bem cri-cri com a bobagem alheia. E a terra da liberdade me deu uma de boas-vindas. Na hora de passar na alfândega, eu, meu pai e toda cucarachada tivemos que responder um questionário que perguntava se eu tinha alguma arma ou bomba comigo. Se a minha visita aos Estados Unidos da América era pra turismo, trabalho ou pra matar alguém ou pra algum fim terrorista. Coisas assim.

Pois é, e o questionário da renovação da carteira?

Eu leio ele e encontro questões como “Já precisou de tratamento psiquiátrico?”, “Usa drogas ilícitas?” e por aí adiante.

Aí quem pergunta não é a Casa Branca, nem Centro de Formação de Condutores. Sou eu mesmo: será que algum sujeito já disse Yes pra pergunta Você veio praticar algum ato terrorista? Ou Sim pra Você usa drogas ilícitas?

Cada um com a sua guerra, eles contra terrorismo, nós em guerra no trânsito, mas os dois tão parecidos, acreditando num método que, Suposto, ou algum psicólogo/pesquisador que por aqui passar, me desminta por favor, mas um método que parece completamente falível, sem a menor probabilidade de ter algum sucesso.

Fico pensando, se isso são testes de bom senso. Assim, o terrorista tem uma crise de sinceridade, põe a verdade acima do seu deus e da sua missão e diz lá pro FBI
— Cara, pois é, vim aqui pra arrebentar com a Estátua da Liberdade num atentado que vai matar mais gente que o 11 de setembro.
E daí o tira diz pra ele:
— Mister, sorry, mas o senhor vai ter que voltar pro seu país de origem.
— Por quê? Porque sou terrorista?
— No... porque a América deseja somente pessoas de bom senso em suas terras e, convenhamos, planejar um atentado e admitir, assim no mais, my friend, beira a estupidez.

Ou, o doutor analisando o questionário do cara que quer tirar a carteira:
— Aqui o senhor diz que consome drogas ilícitas...
— Pois é, mas só de vez em quando...
— É, o senhor não está apto a dirigir...
— Mas é só um baseadinho de vez em quando...
— Não, não é isso, é que, vamos combinar, um cara burro capaz de admitir frente a lei que consome drogas ilícitas não deve entender uma lei de trânsito. Desculpe.

E aí, Suposto, será que é essa a metodologia? Olha, assim como todo mundo faz na alfândega americana e no questionário da carteira de motorista:

( ) Sim.
(x) Não.