segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Por Causa do Pinto

Tem uma coisa que eu penso muitas vezes. É sobre profissões e as escolhas delas e ninguém aqui imagine que eu estou pra me inscrever no vestibular. É que eu penso sobre o dono da Bettanin, seja lá quem for ele. Mas a Bettanin é uma grande indústria de vassouras e daí eu penso nesse sujeito, o seu Batanin, pensando se ele, quando Bettaninzinho, sonhava Quando eu crescer, quero ser o maior fabricante de vassouras do mundo, quero fazer vassouras que limpem os cantos como nenhuma outra, com cabos ergonômicos e uma capacidade ímpar de tirar o pó.

Acho que não. (e não só porque o Bettaninzinho ainda não devia saber o que era ergonomia)

Mas esse meu raciocínio reincidente sempre me leva ao gari, que parece ser sempre um exemplo de profissão que não se escolhe, tanto quanto ser um fabricante de vassouras. Assim, eu sempre consigo fazer um paralelo entre um industrial e um sujeito do povão, por serem dois caras que não convivem com o nosso dilema superclasse-média do sonho profissional, da realização profissional, são dois caras, o seu Bettanin e o Seu gari, distantíssimos um do outro, porém muito próximos não só nas vassouras, mas na óbvia conclusão de que a necessidade e o acaso foram mais importantes em suas vidas do que o teste vocacional.

Só que na última vez em que eu pensava de novo sobre isso, pintou um sujeito novo na história.

Ele: o urologista.

Meu amigo, minha amiga e, caso nem meus amigos nem minhas amigas me leiam, Suposto: 22 em cada 10 estudantes de medicina, seja lá porque razão, decidiram e ambicionaram fazer essa faculdade. Não é por falta de opções, porque – como adoram dizer os politicamente corretos sobre o Seu Gari – alguém tem que fazer, nem por acaso que um cidadão se prepara um (s) ano (s) inteiro (s) pro vestibular e depois faz faculdade, residências, especialização e o caramba. Não. O cara quer.

Pois é nesse querer que eu penso. No querer do urologista, rapaz. Quando, por que, como, onde na vida acadêmica do cara ele pensa Cariologia? Não, muito disputado... Cirurgia plástica? Não, anda com uma imagem muito comercial... já sei Urologia! Reparem, com o perdão da baixeza, não é nem ginecologia. É cuidar do bilau mesmo. E mais ou tão estranho é que poucas ou nenhumas (eu não conheço) são AS urologistas. É sempre O, pelo menos na minha memória. Gostaria que alguém me explicasse o que leva um cara, num mundo machista, preconceituoso a quere se dedica a um troço tão passível de piada. Por grana não é, que as outras medicinas também permitem. Por benevolência, , mas nem a Madre Teresa foi urologista. Será por castigo dos pais? Ou pra mostras que é tão macho que não tá nem aí?

É mais complicado que entender como alguém vira dono de fábrica de vassouras.
Mas tem uma semelhança com o Seu Gari: alguém tem que fazer. E a gente tem que agradecer a quem faz em vez de nós.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Por Causa do Luis Fernando Veríssimo

Eita, fico até nervoso de escrever isso aqui. Mas essa é a grande chance d'eu conhecer o Suposto pessoalmente. Porque eu sei, cara, que tu não vai fazer desfeita pra esse evento:
Sábado, 6 de dezembro, às 18h30 eu vou participar de um evento com o Luis Fernando Veríssimo.
É o Palavra - Alegria da Influência.
Organização do Fernando Ramos do Vaia e do pessoal da Palavraria, Livraria e Café.
É assim: desde agosto este evento vem acontecendo. Um novo e recente escritor (eu) chama pra uma conversa um grande escritor (o Vérissimo, lógico) com estrada, com chão, com obra e que, antes de tudo, seja sua influência. Pra um bate-papo. Algo como Cartas a um jovem escritor só que na versão oral, ditado, ali, cara a cara. Vai ser isso. Já agradeço ao Fernando e à Palavraria e muito, muito ao Veríssimo por essa chance.
Ah, e ainda por cima vai ter canja musical do Cláudio Levitan.
Se você leu até aqui, esteja muito convidado.
Sábado, 6 de dezembro, a partir das 18h30, na Palavraria (Vasco da Gama, 165)
Aparece lá, Suposto.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Por Causa do Tubarão, do Camarão, do Peixinho

Pois tava há um tempão pra escrever isso. Antes até da escritura do texto sobre as eleições. Mas vai ver eu não tinha digerido bem a informação. Conto pra ti, Suposto:

Há coisa de mês, mês e pouco, andei por Recife, a trabalho. E no único dia que deu pra pegar uma prainha, presenciei uma das maiores afrontas do homem à natureza. Verdadeira batalha psicológica entre ser humano e animal.

Seguinte: fui tomar banho de mar na praia da Boa Viagem. 30 graus, eu louco por uns mergulhos. Mas não tem como. É água na cintura, e olhe lá. Se passar muito disso, perigo: o tubarão pode pegar. Em Boa Viagem tem aquele fenômeno de ataques de tubarão, que a gente do sul só via no Jornal Hoje e no Fantástico. Fenômeno que não tem nada de fenômeno. É reação mesmo. Os bichos só tão buscando alimento ali, porque uns anos atrás, alguns seres humanos aterraram a área mais ao sul onde eles se procriavam e se alimentavam. Diz que nem gostam muito da nossa carne, mas que, na falta de um peixinho, ou camarãozinho melhor, se bobear, mandam uma coxinha de gente. Mas não é essa a batalha psicológica a que me refiro não.

A batalha eu percebi quando, nada muito divertido no mar, voltei pra areia e reparei que, mesmo sem jacaré e com tubarão. a turma lota a praia. Muita gente que vai se espremendo à medida que a maré sobre. E ficam curtindo um mezzo feira livre, mezzo quermesse. Assim, ó, as frases mais ouvidas na beira da praia de Boa Viagem foram:
— Ó, o espetinho de camarão.
Caldinho de feijão! De camarão! De pimenta!
— Olha a caldeirada!
— Peixe, peixe frito! — e um peixe de uns três palmos de comprimento.
Óia a ostra, ostra!
E, claro:
— Quero!
— Me vê dois?
— Traz mais um?
Um cardápio muito variado pra quem cresceu a milho verde e picolé em Capão da Canoa. E uma turma ávida por um piquenique ou kerb na beira da praia. E eu me espantando com tudo isso. Até que olhei pro mar e imaginei a tubarãozada, toda de tocaia, espreiatando por trás dos recifes. Então espichei o olho ao meu redor e vi aquela gente toda se refestelando no buffet ao ar livre. E saquei. É pura provocação. Recifences e turistas tão dizendo pra turma da barbatana Ah, tão mordidinho, é? Perderam o camarãozinho e vieram me almoçar? Pois morram de fome, que, ó, ó, eu tenho camarãozinho e não te do-ou! Tenho sururu e é só me-eu. É o chamado troco, como diria o Galvão Bueno.

E eu digo que é o chamado desequilíbrio ecológico. E também psicológico, ? Maldade. Ora onde já se viu provocar tubarão. Inda mais quando os danados não têm culpa. Ainda mais², quando o povo não percebe, comendo sentado a tarde inteira, que a batalha pode deixar de ser entre homem e tubarão e virar baleia versus tubarão.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Por Causa do Suposto 2

Oi, Suposto. Rápido como quem rouba, só pra te avisar que, se tu gostou daqueles textos dos quais tu supostamente deveria gostar, tem mais dois. Minha segunda coluna no CineRonda tá no ar. E na revista ThingsMag, na página 128, tem um conto meu. Vai lá, rapaz. Um abraço.

sábado, 11 de outubro de 2008

Por Causa do Exercício da Cidadania

Tem um fenômeno que acontece aqui em Porto Alegre nas eleições. Não sei como é no resto do mundo. E não é a já folclórica polarização política dos gaúchos, ou eles são chimangos ou maragatos; ou esquerda ou direita; ou síndico ou não síndico. Nada disso. Até porque nesse ano a eleição tava espraiada.

O que me chama atenção mesmo é o que acontece com o jornalismo esportivo gaúcho a cada domingo que decide o futuro da sua cidade, do seu estado e do seu país. Não sei se porque não tem rodada nesse dia, se porque eleição tem bandeira, se porque eleição tem vencedor e derrotado, se porque eleição pode ser uma urninha de surpresas, mas o fato é que no domingo do pleito, todos os jornalistas esportivos trocam a camisa pólo pelo terno. Esquecem o esquema tático e vão comentar a margem de erro. Sério, do locutor ao repórter de campo, estão todos nas bancadas de TV e nas rádios, falando de política como quem discute a escalação do Ronaldinho na seleção. E o engraçado é que todos viram especialistas, comentaristas. O repórter não vira repórter e vai cobrir os comitês. E o locutor, bem, imagina o fôlego pra narrar a eleição inteira: São três e quarenta e sete minutos do primeiro turno da eleição. Lá vem mais um eleitor exercer o direito do voto. Atenção, entrou na cabine, titubeou, fez uma paradinha, apertou, apertou de novo, mais um botão, olha lá que voto, lá vai ele e votoool! Mas que votaço! E lá vem mais um eleitor, haja coração!

Bom, mas o fato de não dar pra narrar uma eleição não justifica o porquê do locutor ter que virar um Elio Gaspari. Ok, vivemos numa democracia, eu sei que o Suposto vai me dizer isso. Eu sei, Suposto, que bom que todo mundo pode se manifestar, inclusive os jornalistas esportivos. Mas é que acho esquisito. Os caras passam o ano inteiro falando do Grêmio e do Inter. Aí, dum dia pro outro, pá: em vez de dizer que o Vasco vai cair, começam a especular quem vai pro segundo turno como se pensassem nisso todos os dias. Como se fosse só apertar um botãozinho. Será que os jornalistas são andróides? É só modular o assunto? Se a gente realmente tivesse chance no Oscar, se o cinema fosse um esporte nacional, o Galvão ia transmitir direeeeeto do Kodak Theatre em Los Angeles e o José Wilker perderia o emprego pro Falcão? Será?

Não sei. Por sorte não terminei a faculdade de jornalismo. Não cheguei no semestre em que instalam essa placa de andróide nos futuros jornalistas. Vai ver é por isso que o máximo que eu consigo comentar das eleições é da mutação que acontece na crônica esportiva.

sábado, 4 de outubro de 2008

Por Causa do Suposto, Suponho

Fala, Suposto. Escrevo por uma suposta saudade que talvez tu tenha sentido de mim. Vai saber. Pois andei e continuo sumido. Só passei aqui porque lembrei de ti e que talvez tu fosse gostar de ler alguma coisa que andei escrevendo.

Mas não é esse texto aqui.

São duas colunas que me chamaram pra escrever. Uma é no CineRonda, chamada Isso Não É Um Trailer. É pra ser sobre literatura e cinema, literatura ou cinema, cinema e o que me der na telha. Vai lá, confere.

O outro espaço é no Vaia do já aqui citado Fernando Ramos. Bueno, Suposto, esse texto tenho certeza de que vai cair no teu gosto. Porque o convite que o Fernando me fez foi assim:
- Não quer escrever umas crônicas que nem as do Por Causa dos Elefantes lá no Vaia? Pois então, se tu lê o que aparece por aqui, é provável se agrade lá do meu espaço no Vaia.

No más, é isso.

mais

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Por Causa do beija-Flor, da Tartaruga, da Garça e da Arara

Ia fazer uma enquete, mas tinha medo que desse empate entre eu e o Suposto, e acabasse não chegando a lugar nenhum. Entonces, aproveitei que estive por Rio e São Paulo na última semana e troquei a enquete por uma pesquisa de campo.

Seguinte:

Já vinha reparando num fenômeno aqui em Porto Alegre, mas achava que podia ser paranóia ou qualquer outra nóia minha. Daí resolvi verificar no eixo mais famoso do Brasil se o troço era consistente. E era.
O fenômeno: a extinção total de todas as espécies de beija-flores, tartarugas, garças e araras da fauna dos caixas vinte e quatro horas em Porto Alegre, Rio e São Paulo. Não falo de qualquer banco eletrônico, Unibanco, Bradesco, ou Itaú. O ecossistema em questão é o Banco 24 Horas, aquele vermelhinho e branco, onde todo mundo – ou quase todo mundo – pode sacar.
Faço aqui uma aposta, Suposto. Larga o texto agora, pega teu cartão do banco e vai sacar uma grana num dos caixas colorados já referidos. Vai lá. Garanto que vai, em certo momento, surgir a informação: este terminal está operando apenas com notas de R$ 20,00 e R$ 50,00. Só micos e onças. Quer três araras? Uma arara e uma garça? Beija-flores, tartarugas? Babau, vai no teu banco porque, atenção Greenpeace, Ibama, WWF, essas espécies não habitam mais os Bancos 24 Horas. Como os dinossauros, extintas. Um minuto de silêncio por elas. Ou melhor, 30 segundos, porque não é bom dar bobeira em frente ao caixa eletrônico.

Mas daí pergunto: o que causou isso? Mais uma vez foram os interesses (e eu já fiz isso, mas refaço: por favor leia a última palavra com voz de Brizola), então, foram os (voz de Brizola) interesses econômicos que provocaram a extinção desses bichinhos? É mais negócio pralguém, pro Seu Banco 24 Horas, que a gente saque de vinte em vinte, cinqüenta em cinqüenta, do que aos trocados? Por quê? Economiza papel? Não consigo explicar isso, mas é o que parece, querem que a gente tire mais dinheiro sempre que vai sacar, não é? Será isso uma medida pra movimentar a economia? Ou gerar energia eólica? Dinheiro na mão é vendaval. Na minha é.
Mas e, se de tanto usarem as pobres micos e as classe-média-altas oncinhas, essas espécies também forem extintas? Restará somente esse espécime raro no Brasil, a garoupa, que ninguém viu, mas juram estampar a nota de 100? Como faço pra sacar dinheiro no fim do mês? Peço meia garoupa? Parece até coisa de restaurante.
Pelo sim, pelo não, pela ecologia, pela multiplicação das espécies, tenho ido nos bancos 24 horas em última necessidade. Até porque, além de eliminarem tantos bichinhos das nossa carteiras, ao que consta, esses caixas sempre matam ao menos uma tartaruga da minha conta quando uso o serviço deles.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Por Causa da Não

Suposto Leitor, tem alguém da tua família em São Paulo ou Rio de Janeiro? Pergunto isso porque eu, mais Rodrigo Rosp, Samir Machado de Machado, Antonio Xerxenesky, Guilherme Smee, Carol Bensimon e Diego Grando vamos fazer uma turnê lá pelo eixo mais famoso do Brasil.

Se nós temos uma banda?

Não.

Somos os autores e editores da Não Editora. E vamos lançar nossos livros por lá. Então, Suposto, anota aí, pra avisar teus familiares e amigos lá dos outros estados, os eventos dos quais vou participar:
— DIA 9/8 (Sábado): Eu e o resto da turma e muitos outros nomes vamos fazer leituras num evento chamado Vocabulário no B_arco em SP. A partir das 18h. É meio festa, meio sarau e meio lançamento dos livros. Estaremos com eles embaixo do braço pra vender.
— DIA 11/8 (Segunda): Sessão de autógrafos de toda a Não Editora na Livraria da Travessa de Ipanema (Visconde do Pirajá, 572) no RJ. A partir das 19h30.
— Aí, DIA 12/8 (Terça): Vamos participar do Clube de Leitura da Baratos do Ribeiro (na Barata Ribeiro, 354), no RJ. A partir das 20h
— Depois, DIA 17/8 (Domingo): Eu e o Rodrigo Rosp participaremos do evento A Nova Literatura do Sul, promovido pelo Charles Kiefer na programação da Bienal do Livro de SP. Ou seja, em SP. A partir das 18h30.
— E então DIA 18/8 (Segunda): volto ao trabalho, porque a vida é boa, mas não é uma festa.

Suposto Leitor, paulistas, cariocas, radicados no eixo, estão todos mais do que convidados pra dar um alô pra gente nessa excursão literária. E lembrando, nosso livros são o Azar do Personagem (meu), A Virgem Que Não Conhecia Picasso (Rosp), Areia Nos Dentes (Antonio), Ficção de Polpa 2 (Org. do Samir), Pó de Parede (Carol) e Desencantado Carrossel (Diego).

terça-feira, 22 de julho de 2008

Por Causa do Nego, da Mãezinha e de Tantos Outros

Acho que os motéis foram pegos pelo bafômetro.

Assim: tenho uma lista de coisas pra falar sobre a Lei Seca, Tolerância Zero, seja lá como se chame isso. Mas me ocorreu agora o seguinte: fala-se do prejuízo de bares e restaurantes; da conseqüente perda de arrecadação com impostos; dos lucros dos taxistas; das refrigeranteiras, por que não?

Mas dos motéis ninguém fala.

E, Suposto Leitor, tu sabe, ? Mexeu com os elefantes, mexeu com Cachorro do R, mexeu comigo. Calma que eu já chego lá.

Já parou pra pensar na lógica do mercado moteleiro? Eu penso que é mais ou menos assim: tem os casais-querendo-sair-rotina. Vamos aprontar uma loucurinha hoje, Mãezinha?, o maridão pergunta, ela entende tudo e lá se vão os dois pra um restaurante, um barzinho, tomar uma champanhe, um vinho, qualquer coisa que estimule a Mãezinha e o Nego a fazerem loucurinhas sem pensar. Esses existem, certo? Assim como tem os casais-o-mundo-acaba-amanhã. Final de festa, cerveja, redbull, uísque e tanto mais na cabaça, Eles se encontram, se beijam, se amam, não há amanhã, não dá pra esperar. Toca pro motel, depois pergunto teu nome. E tem aqueles que não são casais, são trios, quartetos, quintetos, não sei como é que começa, mas acho que eles bebem uma coisinha antes, não?

Pois é.

Essa turma toda agora vai de táxi pro motel? De ônibus? A pé? Os motéis disponibilizarão motoristas pros casais e tais? Actho que no. Mas imagina só, pega o táxi e:
— Pra onde, mestre?
— Toca pro Avalon.
— Ah, motelzinho, sim, com esse tempo é bom, ?
— Ô, não tem melhor.
— Pois é, mas parece que vai chover, quando chove, daí é bom ficar em casa...
— Nem me fala...

Tá, Suposto, eu sei que tu vai dizer Ah, mas eles podem beber nos motéis, tu nunca foi num motel? Tem frigobar, serviço de restaurante... Eu sei, Suposto, eu sei. Aí talvez os motéis não se dêem tão mal. O Nego e a Mãezinha de repente podem fazer uma festinha que começa no quarto mesmo, por que não? Só que os preços das bebidas são altos se comparados com bares e tal. Daí, talvez vendendo a champanhe pro Nego e pra Mãezinha, os motéis consigam compensar a ausência dos casais-o-mundo-acaba-amanhã. Que esses aí sempre vão ficar no bafômetro. Mas é bom o Nego e Mãezinha depois dormirem bem, mas bem mesmo, pra não correr o risco de apontar aquele bombom de licor na veia, quando voltarem pra casa.

Ou talvez os motéis tenham que começar a baratear no pernoite e a meter a faca na tarde, não? Sim, porque a turma da escapadinha ao meio-dia, o dia da secretária, aquela coisa toda, isso não tem blitz nem bafômetro que pare. Esse público é cativo e não vai do jantar romântico com champanhe pro motel. Vai depois do buffet com refri diet. Ó, é uma opção pra diminuir as perdas dos motéis.

Sei lá.

Certo mesmo só o clichê que eu mais tenho lido e ouvido: o Brasil está passando por uma profunda mudança cultural. Inclusive no jeito de ir a motel.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Por Causa do Cachorro

Suposto Leitor, estive pensando, onde será que tu vive, Suposto? Pensava isso porque queria muito que tu morasse em Porto Alegre e pudesse assistir a Ulbra TV. Maravilha de canal. Sem dinheiro, sem anunciante, sem estrutura, sem motivo algum eles exibem Os Simpsons e sucessos do cinema mundial, como Vanilla Sky que vai passar no próximo domingo. Como é que eles fazem isso? Pergunta pra eles.

Na verdade o que mais me chamou atenção enquanto via um episódio de dia das bruxas dos Simpsons não foi a programação incompatível. Foi o comercial que passou. Comercial de um carrocinha de cachorro-quente. Sério. E mais, não de uma simples carrocinha, mas do Cachorro do R. Cachorro do R, Cachorro do R... fiquei matutando e aí, Suposto, se tu me lê daqui de Porto Alegre, tu vai chegar rapidinho à mesma conclusão que eu: Cachorro do R, Cachorro do Ro, Cachorro do Rosário!, mas que malandros, o trailer do Cachorro do R querendo ir a reboque no sucesso do mais famoso fastfood portoalegrense, que começou com uma carrocinha e hoje é uma rede, com telentrega, loja em shopping, embalagem e tudo. É não tá easy pra nobody, diria o ex-aluno do Fisk.

Mas, epa, espera um pouco.

Repara no texto do comercial do Cachorro do R, que era mais ou menos assim:
Cachorro do R, não se deixe enganar. Só original, não aceite imitações – e isso ilustrado por cenas de um tiozinho de bigode branco esmerilhando nas salsichas, ketchups, milhos e ervilhas, dentro do trailer. Mas o texto seguia: Cachorro do R, desde 1962, na esquina do colégio Rosário – e aí aquela panorâmica do trailer com o tiozinho dê-lhe que dê-lhe nos hot dogs na pracinha em frente ao Rosário, close no certificado "Melhores de POA da Veja" e, em seguida, o close fatal na fachada do colégio, que é pra não deixar dúvidas. Mas eu fiquei na cisma ainda. Eu pensava, Mas, , se esse aí... então aquele outro que eu pedi no trabalho uma vez... e como que ouvindo minhas questões, o Cachorro do R gritou lá da Ulbra TV direto pra mim: Não temos filiais, nem telentrega ­– a mesma coisa escrita em letronas brancas na tela que é pros surdos também só comerem o original. E aí, pra encerrar o comercial com chave de latão, com toda a humildade: Cachorro do R, não temos filiais, nem telentrega.

Putz, Suposto, tu viu esse comercial? Tu já viu uma coisa dessas? Já tinha ouvido falar de advogado de porta de cadeia, mas será que foi um advogado de porta de lancheria que teve a idéia de registrar a marca e passar a perna no simpático tiozinho do bigode branco? Ou terá sido um racha na família Cachorro do Rosário? Digo assim, o herdeiro direto do seu José Cachorro do Rosário, o José Cachorro do Rosário Jr. (ou Salsichinha do Rosário pra turma da rua) naquele clichê de jovem empreendedor, cansado das manias romanticoartesanias do patriarca, teria passado a perna no velho pra modernizar a sua herança? Será? Quis expandir os negócio e porque o pai não queria, deu o golpe do registro de marca.

Pelo sim, pelo não, porque gosto dos mais humildes, porque uso havaianas e não aceito imitações, porque gosto dum trailer de rua, por solidariedade ao tiozinho que não tem telentrega, nem filiais, só vou no Cachorro do R daqui em diante. Nade de pedir no trabalho. E espero que eles estejam falando a verdade.

Ah, mas antes de tudo, acho que vou registrar o Por Causa dos Elefantes. Vai que daqui uns tempos tenho que botar na Ulbra TV um comercial assim: Por Causa dos Es, o legítimo, não leia imitações. Por Causa dos Es, não temos WebTV, nem correspondentes internacionais.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Por Causa do Suposto Leitor

Como eu já disse, não sei quem me lê aqui nesse espaço, além do Suposto Leitor, pra quem escrevo com nem tanta freqüência assim. E é por causa do Suposto Leitor que escrevo hoje. Já que tenho essa irregularidade de publicação aqui, aviso que tem outro espaço pra que tu me leia, Suposto. Tem uma entrevista realizada pelo Marcelino Freire comigo aqui. Vai lá, Suposto, tem até conto pra ler. Aproveita que não é todo dia que eu consigo te dar alguma leitura.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Por Causa dos Elefantes de Novo

Um elefante incomoda muita gente e vale por mais de 800 gentes. Calma. Explico.

Pra não me chamarem de desmemoriado – o que não combina com quem escreve por causa dos elefantes – ou de aproveitador, ou de qualquer coisa, fui ao google: elefantes áfrica do sul, pesquisei. Na verdade antes – e isso valia um comentário à parte – tentei mandar um e-mail pro Greenpeace pra saber se eles tinham notícias dos paquidermes sulafricanos, mas na página do Greenpeace não tem e-mail pra contato. Os e-mails estão em extinção? Ei, Greenpeace, bota um e-mail pra gente perguntar as coisas do mundo pra vocês. Jura que o Greenpeace vai ler isso aqui.

Voltemos aos elefantes.

Pesquisei no Google e achei novas informações. Muito parecidas com aquelas. Dá pra ler na íntegra aqui. Assim, resumindo, o governo de lá reafirma a necessidade de sacrifício seletivo (isso parece um puta eufemismo holocáustico, não?), mas, vamos lá, eles reafirmam a necessidade do tal sacrifício seletivo porque:

“Os parques nacionais da África do Sul sofrem de uma superpopulação de elefantes que pôs em risco os ecossistemas pela voracidade dos mamíferos terrestres mais pesados, que não costumam pensar duas vezes para escolher seu bocado”.

“...na África do Sul os animais (os elefantes) não são bem-vistos porque arrasam com a vegetação da área na qual vivem e são capazes de derrubar uma árvore para conseguir um galho apetitoso.”

“Na África do Sul há muito mais elefantes do que seu ecossistema pode permitir. Calcula-se que há cerca de 20.000 elefantes, dos quais 14.000 estão no Parque Nacional Kruger(...) uma extensão de 1,96 milhões de hectares (uma extensão parecida ao território e El Salvador) (...) segundo os especialistas, a área só tem capacidade para 7.500 animais...”

“As autoridades do parque haviam projetado que (...) em 2020 haveria 34.000 deles só no Kruger.”

“Como estão amontoados, eles estão terminando com as reservas de vegetação do parque Kruger e põem em perigo outras espécies...”


Mas epa! Eu não conheço um bicho assim? Derruba árvore por um pote de palmito apetitoso, não pensa duas vezes antes de escolher seu bocado, uma população que não pára de crescer, ameaçando as outras espécies do planeta. Somos nós. Nós que temos 6,2 milhões em um território com tamanho muito próximo a El Salvador, ou melhor, em El Salvador mesmo. E outros quase 200 milhões aqui no Brasil e mais de bilhão na China. Ou seja um elefante incomoda muita gente e tá incomodando mais do que 822 humanos – que é a proporção entre os paquidermes do parque Kruger e os seres humanos salvadorenhos.

Não entendo chongas do universo elefântico e de cálculos demográficos. Mas precisa matar mesmo? Precisa sacrifício seletivo? Não dá pra mandar os bichos prum zoológico? Não é o ideal pra eles, imagino, mas é mais humano (ou elefante) do que meter bala neles. Não? Mandem uns aqui pro Pampa Safári, outros pra Sapucaia, sei eu. Quantos Zoológicos têm no mundo? Será que menos de 7.500? Se tiver 3.750 (hoje acordei especialmente matemático), é só mandar dois pra cada um e pronto. Parque Kruger salvo, bicharada viva e ainda um monte de criança faceira com a chegada dos novos dumbos e jotalhões. Tá, deve custar uma fortuna isso, eu sei, Suposto Leitor. Mas isso se chama retórica, Suposto. É pra botar a pensar “Ué, será que não tem outro jeito?”

Pode ser que tenha.

Mas se não tiver, e acho que não vai ter – parece que desde primeiro de maio, os trabalhos começaram lá pelas savanas –, mas como eu dizia, se não tiver outro jeito, espero que nunca vivamos no Planeta dos Elefantes. Eles não vão esquecer do sacrifício seletivo. Se bem que talvez lembrem que eu escrevi por causa deles.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Por Causa do Mosquito da Dengue

Voltei. Por causa da dengue. Porque acho que descobri como dar um fim na doença, no Aedes Aegypti e em todo zumzumzum sobre a epidemia.

É muito simples: Menina Isabela.

Não sei se eu que ando mal informado ou é o Brasil todo que tá. Mas tenho a sensação de que desde que começou esse Big Brother Nardoni, a dengue sumiu do mapa. No mínimo dos noticiários. Não ouvi mais falar. E até um mês e pouco atrás isso era caso de calamidade pública, todo dia entrevista nas filas dos hospitais, debate com médicos, vigilância sanitária, não sei quantos casos novos diagnosticados todo dias. E aí, de repente, nada mais.

Donde eu concluo que ou a epidemia passou e, eu sei suposto leitor, que é possível que com a chegada do frio o mosquito tenha se mandado daqui mesmo e daí esse texto pode ser só uma constatação de que a dengue deu um tempo, mas, como eu dizia, ou a epidemia acabou há mais de mês, ou é muito mais importante pro Brasil a história dos Nardoni.

Não vou entrar no mérito se foi o pai, a madrasta, a menina ou sei lá quem o culpado e nem vou questionar a dramaticidade da história. Até porque eu tenho boicotado tudo o que fala sobre o assunto. Como não gosto de BBB, mudo de canal sempre que o Willian Bonner franze o cenho e diz Caso Isabela Nardoni. E não volto por bastante tempo, porque é impressionante o tempo que dedicam a essa história.

Podem me chamar de insensível. Que eu chamo de insensível também quem não reparou quanta notícia que nos diz realmente respeito (dengue, CPIs e tanto mais) some do dia-a-dia desde que iniciou a comoção nacional. Tu põe em qualquer noticiário e tão até discutindo a adaptação dos suspeitos ao presídio.

Sério, respeito todos os envolvidos na história – respeito tanto que nem me meto –, mas, vamos combinar, tem tanta gente mal em presídio, tem tanta criança que apanha, é abusada e até assassinada, tem tanta barbaridade acontecendo às vezes até no nosso vizinho (espero que o meu não leia), e ninguém mete o bedelho ou toca no assunto. Ninguém se mexe pra ir apedrejar, linchar, xingar. Ninguém faz matéria. Ninguém põe alguém chorando o assunto no Fantástico. E ninguém mais fala da dengue.

Especulo até: será que o drama dessa história é mais próximo de nós do que a dengue? Será que o fato de o caso ter ocorrido na classe média brasileira e de a dengue não ter chegado na zona sul do Rio, por exemplo nos faz sentir mais expostos ao Caso Isabela Nardoni do que aos trocentos Casos de Dengue?

Não sei.

Bom, mas como eu já falei que não gosto desse Big Brother que só elimina notícia, eu pergunto: alguém aí sabe se a dengue já passou?

terça-feira, 8 de abril de 2008

Por Causa dos Interesses do Fernando

Tá, daí participei da FestiPoa Literária. Eu e mais um bando de gente boa e amiga que foi se pechando pelas mesas, saraus e bares da Festa. Falo do meu já velho amigo Everton, do Lima Trindade e seu inseparável Lázaro, do Sandro Ornellas que caiu de pára-quedas da Bahia em uma microchurrascaria em pleno Bom Fim (não era Senhor do, mas era Bom Fim). Falo também do Marcelino Freire, esse amigo de todo mundo, incentivador de todos que precisam, do Marco e do André que dividiram mesa comigo. E tem mais, bem mais gente que fez desse um evento pra repetir e fazer crescer.

Mas O gente boa que não se pode esquecer é Fernando Ramos, do Vaia, do FestiVaia, da FestiPoa. Porcaudiquê? Relato pra vocês a conversa que tive com ele no Zelig, durante a FestiPoa, conversa que me deu noção da grandeza desse rapaz. Assim, ó: dava mais uma vez parabéns pra ele pelo evento e, lá no meio do parabéns, me dei conta de que Cara, sabe o que é ainda mais legal e bonito nessa história toda? É que tu faz essa função toda desinteressadamente. Repara, os escritores todos estão divulgando o seu trabalho, mas tu, meu velho, olha que legal, é um leitor, um apaixonado querendo divulgar livros, letras, escritores. É ou não é?

Pois o maquiavélico Fernando Ramos respondeu Nãããão, tás enganando, eu tenho o interesse de divulgar o Vaia.

Ahá.

Mas aí perguntei pro Fernando e pergunto pra vocês, leitores reais e hipotéticos, o que é o Vaia se não um jornal feito por um leitor, um apaixonado querendo divulgar livros, letras, escritores? É ou não é? Se é assim cheio de (adoraria que vocês lessem a próxima palvra com a entonação do Brizola) interesses que o Fernando toca seu barco e sua Vaia, eu faço o que fiz no Zelig:
um brinde ao Fernando e ao FestiPoa.

P.S: sim, acessem e assinem o Vaia. Ajudem a manter os interesses do Fernando.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Por Causa de Pelotas


Me voy a Pelotas junto com o Rodrigo Rosp (escritor e meu editor) no sábado, 12 de abril. Lançaremos o meu livro (Azar do Personagem) e o do Rodrigo (A Virgem Que Não Conhecia Picasso) na Livraria Mundial (Rua 15 de novembro, 564 - Centro). A função vai acontecer às quatro da tarde e tá todo mundo convidado, desde os leitores hipotéticos até o Leandro Luz, que, no post aqui de baixo, se identificou como leitor desse blogue. Feito o convite.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Por Causa do Esquilo

Ó, outro animal aparecendo aqui. Na verdade, surgiu na minha frente aqui no Jardim Botânico do Rio. Pintou e eu, num agora, já estava câmera na mão, zoom, pára um pouquinho bichinho, pára aí, não, não, pára aí, Reginaldo.
Parei e lembrei de uma coisa que pensei nas férias há quase um ano. Coisa que poderia transformar esse texto em Por Causa da Memória. Falo da indústria fotográfica e da japoneização de todos nós. Já reparou que a gente quase não repara mais? O esquilo aparece e já vira jotapegue. O céu tá bonito? Digitaliza. E é aí que falo por causa da memória. Não sou não contra a tecnologia, muito menos contra fotos, mas, às vezes, acho que a indústria fotográfica podia dar uma parada. E nós também nessa nossa incontinência fotográfica. Na boa, agradeço a Deus por não sermos todos bons fotógrafos capazes de reproduzir num clique as belezas que a gente vê e por não haver esse recurso na minha câmera. Isso talvez ainda nos force a lembrar do que se vê. Não fosse assim, babau memória visual, penso eu. Nossos recuerdos seriam em cartão, na cybershot, ou no celular. Cada vez mais fora de nós. Imagina não contar mais uma lembrança, viraríamos slideshows ambulantes.

Ontem conheci uma guria, cara que... ó, dá uma olhada aqui na câmera
Bah, foi um golaço, deixa eu pegar meu celular
Como foram as férias?; Pega aqui, mas devolve hoje o cartão que fiquei de contar pra minha namorada também.
Menina, tem um vestido na Zara que, nossa, vou te mandar o jotapegue.
Profi, nessa prova dá pra consultar a câmera digital?


O que tem me parecido é que a gente tem passado mais tempo fotografando do que vendo, curtindo o que fotografou. Tá, eu fotografei os esquilos, admito. Mas depois da segunda foto, parei. E agora tem uma criança loirinha aqui do meu lado, linda, olhinhos azuis e juro que não vou fotografar. Até porque a mãe pode achar que eu sou um sujeito meio esquisito, tirando fotos de criancinhas no parque, ?

Ó, o tal do esquilo aqui em cima.
sexta, 21/3/8


quarta-feira, 19 de março de 2008

Por Causa de Outros Textos

Ia escrever aqui falando de uma coluna que fiz pro jornal Vaia. Começaria mais ou menos assim "Já que eu não tenho escrito aqui, vocês podem me ler lá..." e daí parei, pensei "Vocês?", mas whatthefuck vocês, Reginaldo?, tu sinceramente acha que alguém está visitando esse blogue, que há leitores aqui? E, na minha cabeça, uma coisa leva há outra, que leva a outra. Dessa vez me levou a pensar sobre essa coisa de blogar, postar e no porquê de tudo isso. No meu caso começou por causa dos elefantes, como eu já disse ali embaixo. Escrevi, botei aqui e depois mandei um e-mail pra uma turma que achei que gostaria de conhecer o que eu pensava sobre aquele assunto e que eu não conseguiria reunir rápido num bar pra conversar. Ok, pensei, eu queria dividir aquele texto com aquele grupo. Dividi. Mas e agora? Depois que eu terminar esse aqui, será que mando pra todo mundo de novo? E quando achar mais um porquê botar palavras aqui de novo, emeio pra eles mais uma vez? Ó, ó as coisas me levando a outras: mas vem cá, criar um blogue é criar automaticamente um chato? Isso não estava escrito nos termos e condições do blogspot. Mas é a sensação que dá, que se eu ficar publicando aqui e avisando todo mundo toda hora, vou ter que me aceitar um chato exibicionista. Mas tu não escreveu pra ser lido, rapá? Se tu não avisar, ninguém vai ler, me diz uma vozinha aqui. Será? Será que os blogueiros esses que são lidos fazem, faziam isso: texto novo, pam, um sapm? Garanto que - caso houvesse leitores aqui -, já teria um pensando "mangolão, tem uma ferramenta que faz esse aviso automaticamente". Mas aí eu diria assim pra esse suposto leitor:
- Suposto Leitor, em primeiro lugar, sou bastante limitado nessas tecnologias e também preguiçoso pra elas, portanto não sei e provavelmente não vou saber da existência dessa possível ferramenta. E, em segundo lugar, Suposto Leitor, me parece que o fato de a ferramenta fazer o spam por mim é só um paliativo pra dor na consciência. Tu não vai ter a sensação de selecionar dez, vinte, cem endereços de e-mail, digitar "Ó, texto novo" e enviar. Logo, tu não vai ter a sensação de ser chato. Mas lá nos outros lados, onde receberem o aviso do spam-automático-gerado-pela-possível-ferramenta, onde alguém ler "Mensagem automática: novo texto no blogue", pois lá, Suposto Leitor, lá outros leitores pensarão "Mas que pé no saco do caramba, mais um e-mail desse...". Entendido, Suposto Leitor? Quando tu opta, seja lá por que tecnologia menos ou mais arcaica, quando faz a opção de ficar pentelhando no e-mail dos outros a todo instante, tu opta por ser um chato. Só varia o grau de intensidade com que a chatice se manifesta pra ti. É o que eu acho.

Mas voltando a falar com os outros supostos leitores, vocês continuarão assim, supostos, eu acho. Porque decidi que não vou ficar avisando ninguém sobre textos novos no blogue. A não ser que pense que é interessante mesmo pra alguém, que esse alguém gostaria de ler isso.

Ah, sim, supostos leitores, estou escrevendo nas próximas sete semanas a Curadoria Literária do Jornal Vaia. Era por causa disso que ia escrever esse texto. Se quiserem ver essa curadoria, é só clicar lá em cima ou aqui.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Por Causa da Falta de Assunto - ou Agenda

Pois é, como eu previa, sou um fracasso total como mantenedor de blogues. Cheguei a tentar me informar sobre a história dos elefontes e seus desenrolares. Não achei nada até agora. Então vou aproveitar esse espaço que tá aqui, de bandeja, pra convidar quem por aqui passar pra uma série de eventos da qual vou participar. Pois bem:

- Dia 25 de março, terça-feira, sou o autor convidado pra abrir os trabalhos de um programa da Faculdade de Letras da PUCRS chamado Literatura é Assim: Sarau dos Novos. Vou ler contos, me apresentar e bater um papo com alunos, professores e quem mais quiser aparecer. É aberto e de grátis. Aparece lá:
Sarau dos Novos com Reginaldo Pujol Filho (eu)
Na Faculdade de Letras da PUCRS, Prédio 8, sala 305
25/03 - Terça - A partir das 18h

- Daí no dia 28, faço minha primeira participação na FestiPOA Literária (a I Festa Literária de Porto Alegre). Vai ser no no SARAU LÍTERO-SONORO DO JORNAL VAIA. Vou lá, junto com músicos e escritores ler um conto, tomar umas cervejas e aproveitar essa baita realização que é o FestiPOA. Entonces:
Sarau Lítero-sonoro do Jornal Vaia
No Espaço Cultural Casa dos Bancários (Rua General Câmara, 424)
28/03 - Sexta - A partir das 20h30

- E aí, no Sábado 29, participo de uma mesa de debates do FestiPOA. Tá descrito assim na programação da Festa: Reginaldo Pujol Filho conversa com Lima Trindade, Marco de Menezes, André Maciel, Everton Behenck e Gustavo Rios. Quer conversar com a gente? Então vai lá:
FestiPOA Literária, última mesa, comigo, entre outros.
Na Palvraria (Vasco da Gama, 165)
29/03 - Sábado - A partir das 18h

Acho que é isso.
Seu descobrir o que anda acontecendo com os elefantes, tiver um novo convite, ou um novo algo a dizer, volto aqui.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Por Causa dos Elefantes

Esse espaço aqui começa por causa dos elefantes e depois a gente vê porque é que ele continua.
Explico: ouvi ontem uma notícia no rádio e, mais do que comentar num bar, no trabalho, no almoço, achei que devia compartilhar com mais gente.

A notícia: a África do Sul resolveu liberar a caça de elefantes, proibida desde 1994. Motivo: controle populacional dos paquidermes. Em 14 anos, a população foi de 8 mil para 20 mil elefantes.

Oh! A população mais que dobrou em 18 anos. Que loucura.

Daí fiquei pensando no Japão. Diz que lá tem cada vez menos espaço pras gentes, densidade demográfica, esses assuntos de aula de geografia. Será que deviam liberar o assassinato por lá pra controlar o aumento desregrado do número de japas? Ou até aqui mesmo, no Brasil, nas grandes cidades? No Rio, em São Paulo, onde a humanidade se procriar demais. Decreto: pelos próximos cinco anos, matar gente não é crime. Controle populacional. Que camisinha, educação, pílula, o quê? Bala na gente.

E vejo benefícios nessa solução, além do demográfico. Os países que a adotassem ganhariam um novo filão turístico, repetindo o modelo sulafricano: Safaris de Controle Populacional. , é assim que vão fazer lá pra regrar o avanço da elefantada, não é? Mas imagine: conheça a beleza das praias, o ziriguidum do carnaval e a delícia de caçar uns brasileiros. Aí sim as reservas de dólares do país iam bater recordes. Gringos e mais gringos vindo caçar mulatas nos dois sentidos. Pra ser economicamente perfeito, só faltava um detalhe: a gente ter marfim pra comercializar depois da caça.

Sorte da África do Sul que os elefantes tem.