quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Por Causa do beija-Flor, da Tartaruga, da Garça e da Arara

Ia fazer uma enquete, mas tinha medo que desse empate entre eu e o Suposto, e acabasse não chegando a lugar nenhum. Entonces, aproveitei que estive por Rio e São Paulo na última semana e troquei a enquete por uma pesquisa de campo.

Seguinte:

Já vinha reparando num fenômeno aqui em Porto Alegre, mas achava que podia ser paranóia ou qualquer outra nóia minha. Daí resolvi verificar no eixo mais famoso do Brasil se o troço era consistente. E era.
O fenômeno: a extinção total de todas as espécies de beija-flores, tartarugas, garças e araras da fauna dos caixas vinte e quatro horas em Porto Alegre, Rio e São Paulo. Não falo de qualquer banco eletrônico, Unibanco, Bradesco, ou Itaú. O ecossistema em questão é o Banco 24 Horas, aquele vermelhinho e branco, onde todo mundo – ou quase todo mundo – pode sacar.
Faço aqui uma aposta, Suposto. Larga o texto agora, pega teu cartão do banco e vai sacar uma grana num dos caixas colorados já referidos. Vai lá. Garanto que vai, em certo momento, surgir a informação: este terminal está operando apenas com notas de R$ 20,00 e R$ 50,00. Só micos e onças. Quer três araras? Uma arara e uma garça? Beija-flores, tartarugas? Babau, vai no teu banco porque, atenção Greenpeace, Ibama, WWF, essas espécies não habitam mais os Bancos 24 Horas. Como os dinossauros, extintas. Um minuto de silêncio por elas. Ou melhor, 30 segundos, porque não é bom dar bobeira em frente ao caixa eletrônico.

Mas daí pergunto: o que causou isso? Mais uma vez foram os interesses (e eu já fiz isso, mas refaço: por favor leia a última palavra com voz de Brizola), então, foram os (voz de Brizola) interesses econômicos que provocaram a extinção desses bichinhos? É mais negócio pralguém, pro Seu Banco 24 Horas, que a gente saque de vinte em vinte, cinqüenta em cinqüenta, do que aos trocados? Por quê? Economiza papel? Não consigo explicar isso, mas é o que parece, querem que a gente tire mais dinheiro sempre que vai sacar, não é? Será isso uma medida pra movimentar a economia? Ou gerar energia eólica? Dinheiro na mão é vendaval. Na minha é.
Mas e, se de tanto usarem as pobres micos e as classe-média-altas oncinhas, essas espécies também forem extintas? Restará somente esse espécime raro no Brasil, a garoupa, que ninguém viu, mas juram estampar a nota de 100? Como faço pra sacar dinheiro no fim do mês? Peço meia garoupa? Parece até coisa de restaurante.
Pelo sim, pelo não, pela ecologia, pela multiplicação das espécies, tenho ido nos bancos 24 horas em última necessidade. Até porque, além de eliminarem tantos bichinhos das nossa carteiras, ao que consta, esses caixas sempre matam ao menos uma tartaruga da minha conta quando uso o serviço deles.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Por Causa da Não

Suposto Leitor, tem alguém da tua família em São Paulo ou Rio de Janeiro? Pergunto isso porque eu, mais Rodrigo Rosp, Samir Machado de Machado, Antonio Xerxenesky, Guilherme Smee, Carol Bensimon e Diego Grando vamos fazer uma turnê lá pelo eixo mais famoso do Brasil.

Se nós temos uma banda?

Não.

Somos os autores e editores da Não Editora. E vamos lançar nossos livros por lá. Então, Suposto, anota aí, pra avisar teus familiares e amigos lá dos outros estados, os eventos dos quais vou participar:
— DIA 9/8 (Sábado): Eu e o resto da turma e muitos outros nomes vamos fazer leituras num evento chamado Vocabulário no B_arco em SP. A partir das 18h. É meio festa, meio sarau e meio lançamento dos livros. Estaremos com eles embaixo do braço pra vender.
— DIA 11/8 (Segunda): Sessão de autógrafos de toda a Não Editora na Livraria da Travessa de Ipanema (Visconde do Pirajá, 572) no RJ. A partir das 19h30.
— Aí, DIA 12/8 (Terça): Vamos participar do Clube de Leitura da Baratos do Ribeiro (na Barata Ribeiro, 354), no RJ. A partir das 20h
— Depois, DIA 17/8 (Domingo): Eu e o Rodrigo Rosp participaremos do evento A Nova Literatura do Sul, promovido pelo Charles Kiefer na programação da Bienal do Livro de SP. Ou seja, em SP. A partir das 18h30.
— E então DIA 18/8 (Segunda): volto ao trabalho, porque a vida é boa, mas não é uma festa.

Suposto Leitor, paulistas, cariocas, radicados no eixo, estão todos mais do que convidados pra dar um alô pra gente nessa excursão literária. E lembrando, nosso livros são o Azar do Personagem (meu), A Virgem Que Não Conhecia Picasso (Rosp), Areia Nos Dentes (Antonio), Ficção de Polpa 2 (Org. do Samir), Pó de Parede (Carol) e Desencantado Carrossel (Diego).