segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Por Causa do Pinto

Tem uma coisa que eu penso muitas vezes. É sobre profissões e as escolhas delas e ninguém aqui imagine que eu estou pra me inscrever no vestibular. É que eu penso sobre o dono da Bettanin, seja lá quem for ele. Mas a Bettanin é uma grande indústria de vassouras e daí eu penso nesse sujeito, o seu Batanin, pensando se ele, quando Bettaninzinho, sonhava Quando eu crescer, quero ser o maior fabricante de vassouras do mundo, quero fazer vassouras que limpem os cantos como nenhuma outra, com cabos ergonômicos e uma capacidade ímpar de tirar o pó.

Acho que não. (e não só porque o Bettaninzinho ainda não devia saber o que era ergonomia)

Mas esse meu raciocínio reincidente sempre me leva ao gari, que parece ser sempre um exemplo de profissão que não se escolhe, tanto quanto ser um fabricante de vassouras. Assim, eu sempre consigo fazer um paralelo entre um industrial e um sujeito do povão, por serem dois caras que não convivem com o nosso dilema superclasse-média do sonho profissional, da realização profissional, são dois caras, o seu Bettanin e o Seu gari, distantíssimos um do outro, porém muito próximos não só nas vassouras, mas na óbvia conclusão de que a necessidade e o acaso foram mais importantes em suas vidas do que o teste vocacional.

Só que na última vez em que eu pensava de novo sobre isso, pintou um sujeito novo na história.

Ele: o urologista.

Meu amigo, minha amiga e, caso nem meus amigos nem minhas amigas me leiam, Suposto: 22 em cada 10 estudantes de medicina, seja lá porque razão, decidiram e ambicionaram fazer essa faculdade. Não é por falta de opções, porque – como adoram dizer os politicamente corretos sobre o Seu Gari – alguém tem que fazer, nem por acaso que um cidadão se prepara um (s) ano (s) inteiro (s) pro vestibular e depois faz faculdade, residências, especialização e o caramba. Não. O cara quer.

Pois é nesse querer que eu penso. No querer do urologista, rapaz. Quando, por que, como, onde na vida acadêmica do cara ele pensa Cariologia? Não, muito disputado... Cirurgia plástica? Não, anda com uma imagem muito comercial... já sei Urologia! Reparem, com o perdão da baixeza, não é nem ginecologia. É cuidar do bilau mesmo. E mais ou tão estranho é que poucas ou nenhumas (eu não conheço) são AS urologistas. É sempre O, pelo menos na minha memória. Gostaria que alguém me explicasse o que leva um cara, num mundo machista, preconceituoso a quere se dedica a um troço tão passível de piada. Por grana não é, que as outras medicinas também permitem. Por benevolência, , mas nem a Madre Teresa foi urologista. Será por castigo dos pais? Ou pra mostras que é tão macho que não tá nem aí?

É mais complicado que entender como alguém vira dono de fábrica de vassouras.
Mas tem uma semelhança com o Seu Gari: alguém tem que fazer. E a gente tem que agradecer a quem faz em vez de nós.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Por Causa do Luis Fernando Veríssimo

Eita, fico até nervoso de escrever isso aqui. Mas essa é a grande chance d'eu conhecer o Suposto pessoalmente. Porque eu sei, cara, que tu não vai fazer desfeita pra esse evento:
Sábado, 6 de dezembro, às 18h30 eu vou participar de um evento com o Luis Fernando Veríssimo.
É o Palavra - Alegria da Influência.
Organização do Fernando Ramos do Vaia e do pessoal da Palavraria, Livraria e Café.
É assim: desde agosto este evento vem acontecendo. Um novo e recente escritor (eu) chama pra uma conversa um grande escritor (o Vérissimo, lógico) com estrada, com chão, com obra e que, antes de tudo, seja sua influência. Pra um bate-papo. Algo como Cartas a um jovem escritor só que na versão oral, ditado, ali, cara a cara. Vai ser isso. Já agradeço ao Fernando e à Palavraria e muito, muito ao Veríssimo por essa chance.
Ah, e ainda por cima vai ter canja musical do Cláudio Levitan.
Se você leu até aqui, esteja muito convidado.
Sábado, 6 de dezembro, a partir das 18h30, na Palavraria (Vasco da Gama, 165)
Aparece lá, Suposto.