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domingo, 29 de dezembro de 2013

Por Causa da Feira Além da Feira, do Futebol e do Fim de Ano

Nota introdutória: Suposto Leitor, se tu não leu esse registro aqui do Carlos André Moreira, provavelmente não sabe que, há um mês e meio, quase vinte escritores gaúchos se reuniram pra uma partida de futebol, que marcaria o encerramento da Feira Além da Feira. Pois bem: fui incumbido de (além de jogar na zaga) narrar os muy memoráveis eventos daquela tarde de 15 de novembro de 2013. Como é fim de ano e pouco se falou disso, deixo aqui a crônica da peleja. Boa leitura.
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ATÉ QUE FOI UM JOGO LITERÁRIO*

Com todo respeito às letras gaúchas, a impressão que se tinha às 17h da sexta-feira, 15 de novembro de 2013, na quadra 5 do Planet Ball, era de que faltava um bom escritor para contar a história que ali começava. Um autor capaz de fugir dos clichês de ventos uivantes, trovões, falta de luz e chuva torrencial para descrever a tensão, o medo ou o terror que pairava sobre o embate anunciado. Ou talvez estivéssemos diante de um narrador irônico prenunciando que o primeiro confronto (torcíamos para que o fosse) futebolístico Prosadores x Poetas, antes mesmo de começar, não poderia ficar pior.

Certo é que as condições climáticas (pela 3ª vez em novembro deve ter chovido em Porto Alegre o dobro do previsto para o mês) permitiram que se registrasse um recorde de público no futebol brasileiro: ninguém assistindo. Todos os presentes retiraram-se para lugares a salvo das chuvas, trovoadas e caneladas que em breve se intensificariam. E fizeram bem, afinal, todos haviam levado livros para doação e mais valia salvar as páginas do dilúvio do que gritar Ôoo, o Silvestrim, voltooou; ou Vamos, vamos, Prosador, eu te quero e te preciso.

Mas o jogo: na falta do apito inicial, tivemos um pontapé inaugural da peleja – um pouco tímido, é verdade – dado por Gabriela Silva (organizadora do Feira Além da Feira). Mal a pelota rolou e algumas conclusões já eram óbvias para o resistente cusco que circundava a quadra, sem medo da chuva e de uma partida típica de segundona gaúcha. Uma das conclusões, explícita na velocidade dos primeiros movimentos, era a de que os (quem sabe décadas atrás) atletas se uniam para escrever juntos a primeira página do Em busca do tempo perdido gaúcho. Todos procurando na memória alguma lembrança do que fazer com uma bola de futebol, do que fazer em um campo de futebol.

Porém, aos poucos, porque futebol e literatura são caixinhas de surpresas, sim, surpresas surgiram pelo sintético e cada vez mais encharcado relvado. O poeta e meia atacante Diego Grandô principiava a mostrar que nos dois anos em que viveu na França viu boa quantidade de teipes de Zinedine Zidane e passou a controlar com a elegância possível as ações ofensivas da equipe poética. Deixando a subjetividade para as musas e a objetividade para o campo (numa sábia decisão), Grandô alimentava a perigosa e lírica dupla de ataque nos primeiros lances ofensivos (não ao público – o cusco, no caso –, mas à retaguarda da Prosa). Inspirados por Grandô, cresciam em campo o insinuante (talvez porque trajando saias, numa performance poética ainda não explicada) Ricardo Kroeff e o baixinho misto de Messi e Romário, mas na verdade Artur Bebeto Cabeda, filho do escritor, roteirista e goleiro lesionado Eduardo Cabeda. Um moleque que, aos 10 anos de idade, dizem, já negocia com Barcelona e Randon House (mas torço ardentemente para que Paulo Sant’Anna leia este registro e indique hoje o garoto para fardar já no próximo domingo pelo Grêmio). O fato é que o colorido time dos poetas, movido por seus dois homens e um menino de frente, começava a fustigar a retaguarda do escrete cinza da prosa e anunciava aquele que viria a ser o maior duelo da tarde-dilúvio de Porto Alegre: Artur Bebeto Cabeda versus Carlos Aranha Moreira.

Por sua vez, os prosadores, como se treinados por Hemingway, pareciam apostar numa tática iceberg. Estratégia que pode ser a de definir que o mais importante é o que está por trás do time, ou seja, uma bela retranca lá atrás. Ou agir de fato como uma rocha de gelo, fria e glacialmente suportando as estocadas dos poetas, até naufragá-los como se um Titanic, com um só contra-golpe. O problema, diria Maurício Saraiva ou Nando Gross (quem me dera o Nelson Rodrigues, mas este é para chuteiras imortais) é que a tática iceberg, de tanto valorizar o submerso, pode acabar afundando o time. Mas parecia que o estrategista e organizador de meio campo e festas literárias Fernando Ramos tinha razão nessa sua aposta de fazer inveja a Renato Portaluppi e Celso Roth, empilhando 5 zagueiros durante os primeiros momentos da partida. Ramos, inventor da prancheta secreta (espécie de treino secreto avant garde), assistia do banco, onde descansava dos extenuantes primeiros 5 minutos em que esteve em campo, sua defesa exibir-se como uma muralha, lembrando montanhas como elefantes brancos, brecando o ímpeto dândi dos poetas que, a cada ataque, deixavam claro que, poetas que são, não possuíam fôlego de romancistas. Assim, lance a lance, defesa a defesa do crítico, jornalista, escritor e, acima de tudo, Yashin, Carlos Aranha Moreira, diminuíam sua sanha. Era como se o absinto de seus gatorades se esgotasse, entregando-os à melancolia e logo à contemplação dos primeiros arroubos ofensivos dos contadores de histórias. Pois os Prosadores, até então, pareciam saber que apenas o conto possui esfericidade. A bola, não. Mas Luis Dill, escritor múltiplo e solitário meia avançado pela esquerda, demonstrando raro (ainda mais na partida em questão) domínio de bola, capaz de, vejam só, fazê-la parar junto ao seu pé e depois prosseguir para o lado desejado por ele mesmo, iniciava as primeiras ações de ataque do time cinza. E o romancista com lampejos de meia carioca Jeferson Tenório pareceu ser o primeiro a compreender que, se a literatura é ofício solitário, meus senhores e senhoras, o futebol não o é. A passos lentos e decididos, Jeferson passou a avançar junto com Dill, sem temer escorregões, perdas de controle de bola e eventuais beijos no alambrado.

Eis os escrete dos poetas (se alguém tem foto dos prosadores, me manda)

E eis que a chuva, aquela do início, era só prenúncio do que viria. E resolveu de vez dizer quem mandava em campo. Não eram Poetas. Nem Prosadores. Era ela, a chuva, que aumentou seu volume de jogo muito mais do que os dois times.

Entretanto, Altair Pavilhão Martins, como tantas vezes na vida, entendeu isso como uma metáfora. Ao ver o futebol enquanto água, com chuva na cara, como se chovessem pássaros, decidiu abandonar a defesa e partir para o ataque como se moesse ferro, disposto a derrubar paredes no escuro. Pra dentro do olho dentro, Altair, gritaria o torcedor que não estava lá. Crescia a força de ataque dos Prosadores, que até então se assemelhava a mera ficção. E, quando parecia que até o vento e a chuva estavam a favor dos poetas, numa lance mais confuso que fluxo de consciência de iniciante, as redes balançaram pela primeira vez na história do futebol literário dos pampas. Após jogada de Emir Turbo Ross pela esquerda, Cabeda Pai esmerou-se para defender o arremate-final-de-efeito, mas houve rebote e, ele, Luis Dill, de carrinho, espichando-se mais que uma frase de Saramago, autografou o primeiro tento dessa história. Prosadores 1 x 0 Poetas.

Mas, como num mal conto, com reviravoltas óbvias, ou num bom jogo para os nervos da torcida (no caso, cusco que balançava suas águas abrigado embaixo de uma mesa), a superioridade dos contadores de história foi mais curta que Quando ele acordou o dragão ainda estava lá. Porque, quando o escritor e arranca-toco Reginaldo Grotto Pujol Filho acordou do êxtase do gol, Ricardo Kroeff e suas esvoaçantes saias indianas já estava lá. E eis que, de repente, num drible infantil e inverossímil, já não estava mais lá. Estava dois passos para o lado, de onde chutou seco como João Cabral de Melo Neto. Indefensável para o impecável Carlos Aranha Moreira que já havia realizado pelo menos 4 difíceis defesas, com destaque para um arremate a queima roupa e impiedoso do enfant terrible Artur Bebeto Cabeda.

O mal e óbvio narrador persistia solto em campo. E ofereceu aos leitores dessa história mais uma solução óbvia. Os Prosadores enfezaram-se com a empáfia dos Poetas que voltavam a rimar passes e apostavam numa estética do estranhamento com o ingresso de um PoET no ataque. Ricardo Nunes Silvestrin e sua flamante camisa do mengão começava a, como um corvo, rondar a área dos narradores, verdadeiro centroavante de referência. Mas, como eu disse, os Prosadores, encheram-se de brios, o sangue esquentou, derreteu o icebrg da estratégia hemingwayana, e foram-se todos para a frente, adotando um posicionamento aristotélico, jogando para que todos os meios se ordenem rumo ao fim desejado: o gol. Foi quando cresceu a figura múltipla de Emir Onisciente Ross. Da defesa ao ataque, como numa conto de doppelgänger, ele estava em todos os lugares. E, com ele, inseparável, a bola. Finalista do Açorianos de Criação Literária, o prosador desprezava este galardão. Seu Nobel era o gol. E tanto insistiu em avanços em tabelas com Jefferson Parede Tenório ou em jogadas individuais, que, num bem colocado chute pela direita, venceu Eduardo Cabeda. Era o prólogo de uma tarde trágica para o arqueiro-poeta.

Porque Emir seguia imparável; Dill via o campo como uma página em branco para sua criatividade; Cristiano Goiano Baldi, movimentava-se com descrição e eficiência, numa prosa clássica; da zaga para o ataque e vice-versa; Altair Pavilhão agigantava-se pela ponta esquerda; Jeferson Tenório vinha pela direita, e todos confundindo a defesa dos poetas que mais pareciam mirar as nuvens no céu em busca de versos e imagens, deixando o pobre Cabeda mais solitário que um poeta romântico. E, antes que o arqueiro-lírico realizasse um gesto desesperado, o destino tratou de ser definitivo: em uma arrojada saída de gol, de gigantescos e ousados dois passos para frente, as bruxas decretaram o fim da participação de Cabeda Pai na partida. Uma lesão na panturrilha que deve mantê-lo afastado dos gramados entre duas semanas e quatro encarnações, tirou-o de campo.

Os Poetas perdiam seu goleiro. Mas ganhavam um treinador incansável, que, mal posicionou-se à beira do relvado, não parou de falar um instante (é certo que nem sempre sobre futebol, mas isso, como o gol, é um detalhe). Com a saída de Cabeda, a contratação internacional dos Poetas, o baiano Davi Lomba Boaventura, até então improvisado como zagueiro, assumiu a meta dos versos com calma e segurança para desespero da ofensiva narrativa que enfrentava o drama típico dos escritores: encontrar um bom final. E é como diz o ditado, quem não termina o conto, leva.

Passados 25 minutos de jogo, percebia-se a inteligência estratégica dos Poetas, que sabiam que, desde o advento do brasileirão dos pontos corridos, não basta ter time, é preciso ter elenco. Com mais reservas no grupo, com mais opções táticas e pulmonares, retomaram seu verso livre pelos lados do campo apostando na a aurora da infância Artur Bebeto Cabeda, na insinuância esvoaçante de Kroeff e nos pivôs métricos de Silvestrin. Não demorou para Grandô, vindo de trás em combinações, metáforas, comparações, estufar as redes do impecável Carlos Aranha Moreira, que não se permitiu criticar o enjambement de Grandô. Mas o melhor para os amantes da poesia ainda estava por vir. Já havia tentado uma, duas, um terceto de vezes. Parecia que no duelo pessoal de Artur Bebeto e Carlos Aranha, a vitória seria da experiência. Mas num rebote, o prodígio inspirou as futuras e as antigas gerações. Olhou a bola, olhou o gol, e, preciso, sem parnasianismos, encaixou seu pé direito na pelota. Le mot just: gol. Dele, Artur Bebeto Cabeda. Delírio das musas, os poetas viravam o placar para 3 x 2.

Mas sabemos como são os narradores. Estão sempre dispostos a uma jornada do herói, e não viam nesse gol, senão um conflito criado por eles próprios para que eles pudessem solucionar mesmo que com um Deus Ex-Machina. O que de fato aconteceu. Porque sem óculos, com falta de luz e chuva, não vi o nosso terceiro gol. Só sei que ele houve. E que, empatado o jogo, as equipes mudaram de lado.

Parecia ser a grande oportunidade para o time dos Prosadores. Reanimados pelo empate mágico, empurrados pelos latidos do cusco a beira do gramado e, agora jogando com a chuva e o vento a favor, era hora de devolver a virada, brincar de roteirista de filmes do Rock Balboa, e crescer no final para a consagradora vitória. Todavia, ah, todavia, trata-se de um time aristoteliano demais este dos Prosadores. Valorizam por demais o trágico, não creem que finais felizes possam gerar catarses. Mal o segundo tempo começou e o maestro Grandô já compunha a segunda estrofe dessa sua tarde obra-prima. Mais um tento para os poetas, 4 x 3.

E, para piorar a narrativa do time da ficção (para não dizer de mentirinha), o fato é que, desde que a tubercolose deixou o receituário e o lifestyle poético, o preparo físico dessa gente tem mostrado assombrosos avanços. Aproveitando a lacuna que se abriu no meio-campo dos ficcionistas, como se a meia cancha fosse um romance contemporâneo, completamente fragmentado, os Poetas resolveram mostrar que poesia não vende, mas dá um calor no adversário. Alugaram o meio campo com Estavam Kamikaze Negreiros movimentado-se com precisão como um haikai à frente da zaga. Guto Pé de Cabra Leite passou a dominar os movimentos de Emir Turbo Ross com faltas por vezes violentas e Gustavo Meio de Rede, o maior poeta vivo do RS, com seus mais de 2 metros de altura, passou a avançar para o ataque juntando-se aos demais atacantes num quarteto de métrica perfeita, com passes alexandrinos e avanços decassílabos, fazendo a redondilha rolar até Artur Bebeto Cabeda, Ricardo Nunes Silvestrin e Ricardo Laerte Kroeff que passaram desperdiçar chances de gol, mas mesmo assim marcaram o tento de número 5 para desespero da torcida dos Prosadores. Foi neste momento da partida que o cusco assistiu ao mais belo lance da história do futebol literário, indescritível  por qualquer poeta, mas tentaremos contá-lo: em um lindo e milimétrico cruzamento da direita, a bola cruzou toda a área do time da ficção até encontrar na esquerda o pequeno gigante, o Guliver da poesia, ele, Artur Bebeto Cabeda, que num voleio épico fez jus ao apelido que o consagrou, pegou em cheio na pelota, transformou por instantes o Planet Ball em Maracanã; mas do outro lado, senhoras e senhores, igualmente fazendo jus ao apelido que o consagrou, Carlos Aranha Moreira, como se tivesse oito, dez, mil braços, impediu o avanço do petardo, mas permitiu que a beleza estivesse presente até o fim desta pintura presenciada apenas pelos jogadores e pelo abnegado cusco que teve que engolir o uivo de gol.

Foi inspiradora a defesa do Aranha Moreira. Tirando forças sabe-se lá de onde, os Prosadores estufaram o peito e, como maus críticos literários, passaram a atacar os Poetas de todas as formas. Numa estratégia pós-moderna, todos viraram pastiches, paródias, de atacantes e avançavam pelos lados, pelo meio, despreocupados da defesa, até porque sabiam que Aranha estava lá para o que desse e viesse. E, se acabáramos de ter o lance mais lindo da partida, logo em seguida foi o momento da literatura fantástica entrar em campo. Após o 38º arremate a gol em menos de 5 minutos de blitz sobre a defesa lírica, os poetas mostraram ao mundo a vantagem de se ter um goleiro baiano sob as traves e a proteção de todos os santos. Davi Lomba Boaventura que já vinha defendendo tudo e mais um pouco, deitado no campo, caído após não conseguir desviar a trajetória de um tiro a queima roupa de Altair Martins ,viu a bola bater na trave, ser novamente chutada na trave e voltar, como um poodle bem mandado, direto para seus braços. Só a literatura fantástica e a Bahia explicam essas coisas.

E foi nesse embalo que a metafísica entrou em campo de vez. Os Prosadores seguiam apostando num recurso poético, a repetição, para diminuir a diferença. Atacavam e atacavam e atacavam. E em uma bola cruzada à meia altura para a área, Estevam Kamikaze, num momento pessoano, confundiu suas identidades, achou que o escritor usava os pés e o futebolista, as mãos: não hesitou em dar um mãozaço na bola. E até o mais ingênuo dos poetas sabe que mão na bola dentro da área não é nenhuma metáfora, amigos. É pênalti. Que o Onisciente Ross, só poderia ser ele, converteu sem maiores dificuldades. 5 x 4 e a esperança de empate não parecia ser matéria ficcional.

Mas era.

Porque poucos instantes após a penalidade máxima, num lance aparentemente simples, Carlos Aranha Moreira mostrou saber que as biografias (autorizadas ou não) dos grandes guarda-metas exigem uma grande tragédia entre suas páginas. E, feito um confeiteiro generoso, ao sair jogando com os pés, entregou um açucarado merengue nos pés de Kroeff, que, ingrato, impiedoso e de barriga cheia, estufou as teias da cidadela do Aranha. 6 x 4 e a tragédia se mostrava consumada.

Entretanto, os ficcionistas lembraram que literatura, antes de tudo, é uma utopia e se entregaram com todas (não que fossem muitas) as forças ao desejo da vitória, mesmo que faltando parcos minutos para o fim do embate. Parecendo minicontistas, pareciam crer que 4 linhas eram espaço suficiente para escrever ruma epopeia pós-moderna. Porém, ver o zagueiro pós-graduado em tosquice com ênfase em grossura Reginaldo Grotto Pujol Filho arriscar dribles e chutes e até marcar um gol de rebote, demonstrava que estavam apelando para o inverossímil, haviam aberto mão dos preceitos aristotélicos, esse crime não seria sem castigo. E não foi. Com a estrela do jogo, Artur Bebeto Cabeda, arriscando mais um drible na ponta esquerda, a sirene tocou. A partida estava terminada. Poetas 6 x 5 Prosadores. Era o fim da várzea. Ficava o prazer de poder dizer que, enfim, a poesia venceu.

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*Declaração de Artur Bebeto Cabeda ao fim do jogo.