Tem uma coisa que eu penso muitas vezes. É sobre profissões e as escolhas delas e ninguém aqui imagine que eu estou pra me inscrever no vestibular. É que eu penso sobre o dono da Bettanin, seja lá quem for ele. Mas a Bettanin é uma grande indústria de vassouras e daí eu penso nesse sujeito, o seu Batanin, pensando se ele, quando Bettaninzinho, sonhava Quando eu crescer, quero ser o maior fabricante de vassouras do mundo, quero fazer vassouras que limpem os cantos como nenhuma outra, com cabos ergonômicos e uma capacidade ímpar de tirar o pó.
Acho que não. (e não só porque o Bettaninzinho ainda não devia saber o que era ergonomia)
Mas esse meu raciocínio reincidente sempre me leva ao gari, que parece ser sempre um exemplo de profissão que não se escolhe, tanto quanto ser um fabricante de vassouras. Assim, eu sempre consigo fazer um paralelo entre um industrial e um sujeito do povão, por serem dois caras que não convivem com o nosso dilema superclasse-média do sonho profissional, da realização profissional, são dois caras, o seu Bettanin e o Seu gari, distantíssimos um do outro, porém muito próximos não só nas vassouras, mas na óbvia conclusão de que a necessidade e o acaso foram mais importantes em suas vidas do que o teste vocacional.
Só que na última vez em que eu pensava de novo sobre isso, pintou um sujeito novo na história.
Ele: o urologista.
Meu amigo, minha amiga e, caso nem meus amigos nem minhas amigas me leiam, Suposto: 22 em cada 10 estudantes de medicina, seja lá porque razão, decidiram e ambicionaram fazer essa faculdade. Não é por falta de opções, porque – como adoram dizer os politicamente corretos sobre o Seu Gari – alguém tem que fazer, nem por acaso que um cidadão se prepara um (s) ano (s) inteiro (s) pro vestibular e depois faz faculdade, residências, especialização e o caramba. Não. O cara quer.
Pois é nesse querer que eu penso. No querer do urologista, rapaz. Quando, por que, como, onde na vida acadêmica do cara ele pensa Cariologia? Não, muito disputado... Cirurgia plástica? Não, anda com uma imagem muito comercial... já sei Urologia! Reparem, com o perdão da baixeza, não é nem ginecologia. É cuidar do bilau mesmo. E mais ou tão estranho é que poucas ou nenhumas (eu não conheço) são AS urologistas. É sempre O, pelo menos na minha memória. Gostaria que alguém me explicasse o que leva um cara, num mundo machista, preconceituoso a quere se dedica a um troço tão passível de piada. Por grana não é, que as outras medicinas também permitem. Por benevolência, pô, mas nem a Madre Teresa foi urologista. Será por castigo dos pais? Ou pra mostras que é tão macho que não tá nem aí?
É mais complicado que entender como alguém vira dono de fábrica de vassouras.
Mas tem uma semelhança com o Seu Gari: alguém tem que fazer. E a gente tem que agradecer a quem faz em vez de nós.
Acho que não. (e não só porque o Bettaninzinho ainda não devia saber o que era ergonomia)
Mas esse meu raciocínio reincidente sempre me leva ao gari, que parece ser sempre um exemplo de profissão que não se escolhe, tanto quanto ser um fabricante de vassouras. Assim, eu sempre consigo fazer um paralelo entre um industrial e um sujeito do povão, por serem dois caras que não convivem com o nosso dilema superclasse-média do sonho profissional, da realização profissional, são dois caras, o seu Bettanin e o Seu gari, distantíssimos um do outro, porém muito próximos não só nas vassouras, mas na óbvia conclusão de que a necessidade e o acaso foram mais importantes em suas vidas do que o teste vocacional.
Só que na última vez em que eu pensava de novo sobre isso, pintou um sujeito novo na história.
Ele: o urologista.
Meu amigo, minha amiga e, caso nem meus amigos nem minhas amigas me leiam, Suposto: 22 em cada 10 estudantes de medicina, seja lá porque razão, decidiram e ambicionaram fazer essa faculdade. Não é por falta de opções, porque – como adoram dizer os politicamente corretos sobre o Seu Gari – alguém tem que fazer, nem por acaso que um cidadão se prepara um (s) ano (s) inteiro (s) pro vestibular e depois faz faculdade, residências, especialização e o caramba. Não. O cara quer.
Pois é nesse querer que eu penso. No querer do urologista, rapaz. Quando, por que, como, onde na vida acadêmica do cara ele pensa Cariologia? Não, muito disputado... Cirurgia plástica? Não, anda com uma imagem muito comercial... já sei Urologia! Reparem, com o perdão da baixeza, não é nem ginecologia. É cuidar do bilau mesmo. E mais ou tão estranho é que poucas ou nenhumas (eu não conheço) são AS urologistas. É sempre O, pelo menos na minha memória. Gostaria que alguém me explicasse o que leva um cara, num mundo machista, preconceituoso a quere se dedica a um troço tão passível de piada. Por grana não é, que as outras medicinas também permitem. Por benevolência, pô, mas nem a Madre Teresa foi urologista. Será por castigo dos pais? Ou pra mostras que é tão macho que não tá nem aí?
É mais complicado que entender como alguém vira dono de fábrica de vassouras.
Mas tem uma semelhança com o Seu Gari: alguém tem que fazer. E a gente tem que agradecer a quem faz em vez de nós.
Um comentário:
Maravilhoso esse teu texto. Taí uma coisa que seguido penso..nesse mundo paralelo dos que buscam uma "realização profissional" e dos que optam pelo "acaso ou necessidade". Aquela velha frase já resume um pouco os dilemas superclasse-média: "a ignorância é uma dádiva"!
Mas voltando ao tema central..dos urologistas...putz, não tem explicação, a não ser que...
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