Um elefante incomoda muita gente e vale por mais de 800 gentes. Calma. Explico.
Pra não me chamarem de desmemoriado – o que não combina com quem escreve por causa dos elefantes – ou de aproveitador, ou de qualquer coisa, fui ao google: elefantes áfrica do sul, pesquisei. Na verdade antes – e isso valia um comentário à parte – tentei mandar um e-mail pro Greenpeace pra saber se eles tinham notícias dos paquidermes sulafricanos, mas na página do Greenpeace não tem e-mail pra contato. Os e-mails estão em extinção? Ei, Greenpeace, bota um e-mail pra gente perguntar as coisas do mundo pra vocês. Jura que o Greenpeace vai ler isso aqui.
Voltemos aos elefantes.
Pesquisei no Google e achei novas informações. Muito parecidas com aquelas. Dá pra ler na íntegra aqui. Assim, resumindo, o governo de lá reafirma a necessidade de sacrifício seletivo (isso parece um puta eufemismo holocáustico, não?), mas, vamos lá, eles reafirmam a necessidade do tal sacrifício seletivo porque:
“Os parques nacionais da África do Sul sofrem de uma superpopulação de elefantes que pôs em risco os ecossistemas pela voracidade dos mamíferos terrestres mais pesados, que não costumam pensar duas vezes para escolher seu bocado”.
“...na África do Sul os animais (os elefantes) não são bem-vistos porque arrasam com a vegetação da área na qual vivem e são capazes de derrubar uma árvore para conseguir um galho apetitoso.”
“Na África do Sul há muito mais elefantes do que seu ecossistema pode permitir. Calcula-se que há cerca de 20.000 elefantes, dos quais 14.000 estão no Parque Nacional Kruger(...) uma extensão de 1,96 milhões de hectares (uma extensão parecida ao território e El Salvador) (...) segundo os especialistas, a área só tem capacidade para 7.500 animais...”
“As autoridades do parque haviam projetado que (...) em 2020 haveria 34.000 deles só no Kruger.”
“Como estão amontoados, eles estão terminando com as reservas de vegetação do parque Kruger e põem em perigo outras espécies...”
Mas epa! Eu não conheço um bicho assim? Derruba árvore por um pote de palmito apetitoso, não pensa duas vezes antes de escolher seu bocado, uma população que não pára de crescer, ameaçando as outras espécies do planeta. Somos nós. Nós que temos 6,2 milhões em um território com tamanho muito próximo a El Salvador, ou melhor, em El Salvador mesmo. E outros quase 200 milhões aqui no Brasil e mais de bilhão na China. Ou seja um elefante incomoda muita gente e tá incomodando mais do que 822 humanos – que é a proporção entre os paquidermes do parque Kruger e os seres humanos salvadorenhos.
Não entendo chongas do universo elefântico e de cálculos demográficos. Mas precisa matar mesmo? Precisa sacrifício seletivo? Não dá pra mandar os bichos prum zoológico? Não é o ideal pra eles, imagino, mas é mais humano (ou elefante) do que meter bala neles. Não? Mandem uns aqui pro Pampa Safári, outros pra Sapucaia, sei eu. Quantos Zoológicos têm no mundo? Será que menos de 7.500? Se tiver 3.750 (hoje acordei especialmente matemático), é só mandar dois pra cada um e pronto. Parque Kruger salvo, bicharada viva e ainda um monte de criança faceira com a chegada dos novos dumbos e jotalhões. Tá, deve custar uma fortuna isso, eu sei, Suposto Leitor. Mas isso se chama retórica, Suposto. É pra botar a pensar “Ué, será que não tem outro jeito?”
Pode ser que tenha.
Mas se não tiver, e acho que não vai ter – parece que desde primeiro de maio, os trabalhos começaram lá pelas savanas –, mas como eu dizia, se não tiver outro jeito, espero que nunca vivamos no Planeta dos Elefantes. Eles não vão esquecer do sacrifício seletivo. Se bem que talvez lembrem que eu escrevi por causa deles.
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Por Causa dos Elefantes de Novo
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Um comentário:
Aí meu. Vim fazer uma visita, Belo texto. Espero que incomode muita gente.
Abs.
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