Ó, outro animal aparecendo aqui. Na verdade, surgiu na minha frente aqui no Jardim Botânico do Rio. Pintou e eu, num agora, já estava câmera na mão, zoom, pára um pouquinho bichinho, pára aí, não, não, pára aí, Reginaldo.
Parei e lembrei de uma coisa que pensei nas férias há quase um ano. Coisa que poderia transformar esse texto em Por Causa da Memória. Falo da indústria fotográfica e da japoneização de todos nós. Já reparou que a gente quase não repara mais? O esquilo aparece e já vira jotapegue. O céu tá bonito? Digitaliza. E é aí que falo por causa da memória. Não sou não contra a tecnologia, muito menos contra fotos, mas, às vezes, acho que a indústria fotográfica podia dar uma parada. E nós também nessa nossa incontinência fotográfica. Na boa, agradeço a Deus por não sermos todos bons fotógrafos capazes de reproduzir num clique as belezas que a gente vê e por não haver esse recurso na minha câmera. Isso talvez ainda nos force a lembrar do que se vê. Não fosse assim, babau memória visual, penso eu. Nossos recuerdos seriam em cartão, na cybershot, ou no celular. Cada vez mais fora de nós. Imagina não contar mais uma lembrança, viraríamos slideshows ambulantes.
Ontem conheci uma guria, cara que... ó, dá uma olhada aqui na câmera
Bah, foi um golaço, deixa eu pegar meu celular
Como foram as férias?; Pega aqui, mas devolve hoje o cartão que fiquei de contar pra minha namorada também.
Menina, tem um vestido na Zara que, nossa, vou te mandar o jotapegue.
Profi, nessa prova dá pra consultar a câmera digital?
O que tem me parecido é que a gente tem passado mais tempo fotografando do que vendo, curtindo o que fotografou. Tá, eu fotografei os esquilos, admito. Mas depois da segunda foto, parei. E agora tem uma criança loirinha aqui do meu lado, linda, olhinhos azuis e juro que não vou fotografar. Até porque a mãe pode achar que eu sou um sujeito meio esquisito, tirando fotos de criancinhas no parque, né?
Parei e lembrei de uma coisa que pensei nas férias há quase um ano. Coisa que poderia transformar esse texto em Por Causa da Memória. Falo da indústria fotográfica e da japoneização de todos nós. Já reparou que a gente quase não repara mais? O esquilo aparece e já vira jotapegue. O céu tá bonito? Digitaliza. E é aí que falo por causa da memória. Não sou não contra a tecnologia, muito menos contra fotos, mas, às vezes, acho que a indústria fotográfica podia dar uma parada. E nós também nessa nossa incontinência fotográfica. Na boa, agradeço a Deus por não sermos todos bons fotógrafos capazes de reproduzir num clique as belezas que a gente vê e por não haver esse recurso na minha câmera. Isso talvez ainda nos force a lembrar do que se vê. Não fosse assim, babau memória visual, penso eu. Nossos recuerdos seriam em cartão, na cybershot, ou no celular. Cada vez mais fora de nós. Imagina não contar mais uma lembrança, viraríamos slideshows ambulantes.
Ontem conheci uma guria, cara que... ó, dá uma olhada aqui na câmera
Bah, foi um golaço, deixa eu pegar meu celular
Como foram as férias?; Pega aqui, mas devolve hoje o cartão que fiquei de contar pra minha namorada também.
Menina, tem um vestido na Zara que, nossa, vou te mandar o jotapegue.
Profi, nessa prova dá pra consultar a câmera digital?
O que tem me parecido é que a gente tem passado mais tempo fotografando do que vendo, curtindo o que fotografou. Tá, eu fotografei os esquilos, admito. Mas depois da segunda foto, parei. E agora tem uma criança loirinha aqui do meu lado, linda, olhinhos azuis e juro que não vou fotografar. Até porque a mãe pode achar que eu sou um sujeito meio esquisito, tirando fotos de criancinhas no parque, né?
Ó, o tal do esquilo aqui em cima.
sexta, 21/3/8
3 comentários:
Muito bom o texto, concordo plenamente contigo!
As pessoas parecem mais interessadas em mostrar seus registros fotográficos do que vivenciar plenamente aquele momento!!!
Também tenho um blog, se quiseres dar uma conferida:
www.ocioiluminado.blogspot.com
Abraço
Oi, Leandro.
Seja bem-vindo. Fico feliz de agora ter o meu leitor hipotético e um leitor de fato.
Abraço.
como tu bem sabe, eu amo fotos. eu amo estar por tras das cameras.
pra mim enquadrar momentos eh como imortalizar um instante.
nao concordo com a banalizacao desses registros, por isso ainda procuro usar minha camera de filme, que nao eh antiga, diga-se de passagem, tem cerca de 10 anos.
pra mim as fotos servem como atalho para relembrar cheiros, gostos, vertigens. nesta epoca de tecnologia, as fotos sao icones para clicar e voltar no tempo.
mas eu te entendo, hehehehe...
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